Livro reúne a Turma da Mônica e o Menino Maluquinho

O universo dos criadores Maurício de Sousa e Ziraldo virou a obra 'Mônica e o Menino Maluquinho na Montanha Mágica'
Diogo Guedes
Publicado em 03/08/2018 às 8:15
O universo dos criadores Maurício de Sousa e Ziraldo virou a obra 'Mônica e o Menino Maluquinho na Montanha Mágica' Foto: Divulgação


Maurício de Sousa, o criador da Turma da Mônica, já havia se encontrado diversas vezes com o amigo Ziraldo, o responsável por inventar o Menino Maluquinho e seus amigos. Em 2011, os dois se juntaram para lançar o primeiro livro juntos, O Maior Anão do Mundo, com roteiro de Ziraldo e traço de Maurício. Dois anos depois, os papéis se inverteram em O Reizinho do Castelo Perdido. Como brincou Ziraldo: “Não sei se é o encontro de dois gigantes, mas é pelo menos o encontro de dois velhinhos”.

Se os criadores já haviam se reunido, faltavam as criaturas. O encontro inusitado – crossover, para usar o termo da cultura pop – vai ser celebrado na programação da Bienal do Livro de São Paulo, que começa nesta sexta (3) e vai até o dia 12 no Pavilhão de Exposições do Anhembi. Com texto do escritor Manuel Filho, eles lançam o livro Mônica e o Menino Maluquinho na Montanha Mágica (Melhoramentos) sábado (4), às 15h, na Arena Cultural Bic, dentro do pavilhão da feira.

Não é incomum que universos distintos se juntem no mundo dos quadrinhos e da cultura pop. Até mesmo rivais, como a Marvel e a DC Comics, vez ou outra promoviam parcerias e embates entre seus personagens (raramente os encontros rendem histórias inesquecíveis, até por limites criativos). No caso das duas turminhas, o encontro parece tão lógico que é o caso de se perguntar o porquê de não ter acontecido antes: são crianças inquietas e criativas, da mesma faixa etária, que circulam entre a rotina e o fantástico.

O mote do livro de 80 páginas é a Montanha Mágica do título – sim, uma referência ao clássico de Thomas Mann. Outras duas narrativas são essenciais para o enredo de Manuel Filho: o livro e filme A Fantástica Fábrica de Chocolate e a história de Alice no País das Maravilhas. Tudo começa com um concurso de uma empresa de chocolates, que promete levar quem achar os bilhetes dourados em suas embalagens para uma aventura na misteriosa montanha junto com quatro amigos. Um vai parar nas mãos de Maluquinho, outro, na da Mônica.

Maluquinho, que tem uma turminha extensa de amigos (e interesseiros), decide que precisa fazer um sorteio para quem decidir quem vai com ele. Os escolhidos são Juliana, Junim, Bocão e Lúcio. Pelo lado da Mônica, ainda que a sua amiga Denise queira transformar logo a aventura em postagens em redes sociais e em uma cobertura ao vivo, os selecionados são os amigos mais próximos, incluindo aqueles que traçam planos infalíveis para atrapalhá-la: Cebolinha, Cascão, Magali e Franjinha, por seu interesse científico na tal Montanha Mágica.

MISTÉRIOS

Manuel conta a história a partir de pequenos suspenses e mistérios, que só vão ser resolvidos no final de tudo. Por exemplo, o que significam as letras embaralhadas que aparecem para Mônica e Maluquinho? O autor vai brincando com as idas e vindas da historinha, e até os criadores, Maurício e Ziraldo, fazem uma aparição especial na trama toda. E as homenagens não param por aí: há uma breve citação a nomes como Pererê, Tintim, Luluzinha, Chaves, Tom Sawyer e Gasparzinho.

“Como eu conheço a Mônica e o Menino Maluquinho desde muito pequeno e sempre me encantei por suas histórias, acredito que fiquei um dos amigos mais íntimos dos dois”, conta Manuel no livro. “Li tudo sobre eles e suas turmas. E sempre me perguntava como poderia ser se os dois vivessem uma aventura juntos... Até que um dia, eu, que acabei também me transformando em um contador de histórias, resolvi imaginar o encontro dos dois e pensei que ele pudesse ser contado pela Mônica e pelo Menino Maluquinho.”

As ilustrações são bonitas e trazem uniformidade aos dois universos sem perder a essência dos traços marcantes de Ziraldo e Maurício. Como as duas turminhas nasceram nos quadrinhos, o que fica um pouco cansativo é o formato de história juvenil – a aventura que poderia ter mais elementos criativos e piadas se não fosse só narrada em palavras. Ainda assim, não deixa de ser uma simbólica homenagem ao criação tão rica e tão viva dos dois autores.

 

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