Nesta quinta-feira (9), no Encontro com Fátima Bernardes, Preta Gil lançou o clipe de Vá Se Benzer, parceria com Gal Costa. O clipe, que é classificado pela cantora como um manifesto, aborda a questão da representatividade e luta contra o preconceito.
Na canção, Preta Gil e Gal Costa, que são afilhada e madrinha de batismo, aparecem acompanhadas de um corpo de baile diversificado. A música faz parte do novo disco de Preta, intitulado Todas as Cores. Assista:
“Vá Se Benzer!
Sou eu, diz aí quem é você entre os 7.6 bilhões dessa terra?
Quem somos na fila do pão, do “inferno” ou “céu” desse nosso existir?
Quem sobreviverá à era do ódio apocalíptico? Ao tempo bipolar em um mundo partido por partidos, lados da mesma moeda.
Quem está livre dos “likes” e “dislikes”? Dos “gostos” e “desgostos” de convivermos na rede virtual da sociedade?
Sou preto e você azul? Sou homo e você hétero? Sou gordo e você magro? Sou Shalom e você Saravá? Sou isso e você aquilo? O que importa? Que diferença a diferença fará em um mundo finito de infinitos mortais?
No final, iremos todos para um mesmo buraco, alguns cremados quando o dia chegar, outros queimados vivos pelos seus “iguais”.
Esquecemos de respirar o ar do viver em paz e viciados na guerra, praticamos sem culpa o esporte de julgar.
Seu Deus é melhor que o meu? E quem não tem um pra chamar de seu? Merece respirar o mesmo ar?
Quem te ensinou a julgar não tinha defeitos? Seus medos são maiores que seus preconceitos? Você tem moral para opinar sobre a moral do outro?
Quem é caça e caçador na selva? Mocinho ou bandido no “bang bang”? Está livre do mosquito ou da bala perdida?
Hipócritas apontam o dedo aos gordos, índios, albinos, coxos, pequenos, negros, ricos, pobres, cafonas… A todos que sirvam de alvo aos pescadores do ódio nas redes virtuais, nas rodas virulentas e virais dos odiosos de plantão.
Ninguém é santo e está livre desse pecado. Quem nunca apontou o dedo?
Tem alguém perfeito aqui? Tem alguém acima do bem e do mal?
Alguém encontrou a felicidade ou a satisfação? Conta aí, compartilha.
E amar, alguém já sabe conjugar? Ainda há tempo?!
Ainda nos resta o dia de hoje, talvez o segundo seguinte, o presente, esse aqui e agora.
Seu tempo, meu tempo, seu direito, meu direito. Su casa mi casa.
Paremos de julgar, de jogar pedra, de gastar a vida fazendo com o outro o que não quer sentir na pele.
Respeito é bom e você gosta, eu gosto.
O último a sair do jogo de acusações do homem contra o homem, acende a luz.
A luz da vida para amar e ser livre, para ser quem você é e fazer sua parte.
Tome conta da sua vida, deixe o outro pagar as próprias contas e pecados.
Crédulo ou não, ninguém é santo nesse templo da imperfeição.
Se não acreditar em nada disso, basta aceitar ser H-U-M-A-N-O, mano(a).
Humano na espécie, humano no propósito de fazer e querer ser feliz.
Pensa no outro além de si.
Estamos juntos sob a lei da ação e reação, seja “fake”, “hater”, beato ou pagão.
Fazer o bem, que mal tem?
Fazer o mal, que bem faz?
Diga aí, quem é você?
Vá Se Benzer!”