Beto Silva, Claudio Manoel, Helio de La Peña, Hubert e Marcelo Madureira – junto a Cláudio Besserman Viana, o Bussunda, falecido em 2006, Reinaldo Figueiredo e, posteriormente, Maria Paula, – marcaram o humor brasileiro com o Casseta & Planeta. No impresso, na música, cinema, TV e no teatro, criaram personagens que se mantêm no imaginário coletivo. Revivendo a faceta musical, eles chegam ao Recife neste domingo (27) para apresentar o show Casseta & Planeta – Tour 30 Anxs no Teatro RioMar.
O retorno ao palco dos integrantes remanescentes quebra um hiato de 20 anos desde o último show, permitindo aos fãs mais fiéis relembrar os tempos em que eles uniram as bandas Planeta Diário e Casseta Popular, formando o Casseta & Planeta. Juntos, lançaram três discos, cujos repertórios revisitam nas apresentações, com algumas modificações – O Rap do Vagabundo, por exemplo, virou Rap do Youtuber. O show contará ainda com projeções e integração com o público.
“A gente está muito empolgado em voltar às origens. Há 30 anos o Casseta se juntou com o Planeta e nossa primeira atividade foi fazer o show Eu Vou Tirar Você Deste Lugar. E vamos voltar com tudo. O show relembra momentos marcantes da nossa trajetória, fala de personagens importantes pra cada um dos Cassetas, homenageia Bussunda, Maria Paula e até conseguimos uma participação (em vídeo) do Reinaldo, que não está no show porque não atura mais a gente e está enchendo o rabo de dinheiro tocando jazz”, brincou Hélio de la Peña por e-mail.
Além dos palcos, eles atualmente produzem conteúdo para o Youtube. Para de la Peña, a plataforma os atrai pela ligação direta com o público. “No nosso caso, única coisa em que a internet não conseguiu até agora acompanhar a tevê foi nos salários. Por enquanto. Mas depois dessa turnê tudo vai mudar. Vamos ficar populares na web, mais fortes, mais bonitos e alguns menos carecas e barrigudos. Não é o meu caso, pois já sou isso tudo”, pontuou.
Sobre as novas percepções sobre o humor – com maior atenção dos grupos historicamente oprimidos a piadas ofensivas – Hubert pontua que o grupo começou em um momento de abertura política e que, ao longo do tempo, a liberdade só aumentou. Quanto às observações do coletivo sobre a política atual, o humorista é lacônico: “Até hoje não fazemos humor ideológico e vamos continuar assim”, escreveu.