Itaú Cultural aposta na economia criativa

Instituto lança hoje 15º edição do programa de fomento às artes Rumos Itaú Cultural, este ano voltado para audiovisual, dança e pesquisa em moda e design
Geisa Agricio
Publicado em 17/04/2012 às 12:03


SÃO PAULO – Em seu 15º ano, o programa de incentivo e fomento às artes Rumos Itaú Cultural lança nacionalmente, a partir de hoje, três novos editais nas áreas de cinema, dança e pesquisa. O instituto, que renova a cada ano o rol de artistas e setores que são convocados a concorrerem a incentivos em dinheiro, volta-se de maneira inédita em suas edições à economia criativa com a proposição do edital de pesquisa em moda e design.
“Apesar da profusão no setor, são áreas cuja cadeia econômica ainda se conhece pouco e é cercado de muita informalidade, gerando dados ainda difusos. Antes de pensar em abrir um edital voltado para a criação artística, achamos importantes conhecer a demanda da moda e do design no Brasil, por isso as pesquisas serão fundamentais para traçar o perfil”, avalia Eduardo Saron, Diretor Superintendente do Itaú Cultural.
A gerente do Observatório Cultural, Selma Cristina Silva, acentua que a economia criativa tem papel significativo no desenvolvimento dos países, gerando cerca de 7% do PIB mundial. Mas que o Brasil, apesar de despontar como a quinta economia da moda no mundo, não aparece nem entre os dez que mais lucra com o setor. “Precisamos entender melhor o setor antes de decidirmos estimular a criação, a cadeia de produção ou mesmo a formação de público para as marcas locais”, pondera.
Serão contempladas dez pesquisas de mestrado ou doutorado (concluídas ou em andamento) sobre a criação, a produção industrial e a circulação de resultados dos processos criativos. Cada pesquisador será contemplado com R$ 10 mil e podem ser indicados a publicações editadas pelo Itaú Cultural. Em áreas mais traquejadas, como a de dança e a de cinema, que chegam, respectivamente à 5ª e 7ª edição, os editais consolidam o olhar sobre a produção experimental, mas ampliam suas respectivas áreas de atuação.
Em dança, surge a categoria dedicada a projetos para o público infantil, para o desenvolvimento de dramaturgia e espetáculos para crianças, que vai de R$ 28 a R$ 50 mil. Também podem ser premiados com R$ 36 mil formadores que já atuam em contextos locais há quatro anos. A área de Pesquisa e Criação abre-se a outros aspectos da dança, destinando o aporte financeiro de até R$ 50 mil para profissionais já consagrados, local ou nacionalmente.
Cinema e Vídeo captura a popularização da internet premiando jovens entre 16 a 25 anos que atuam na web. Os menores de idade que lançaram vídeos em 2011 podem receber 2,5 mil por seus trabalhos. Os realizadores entre 18 e 25 anos concorrem com projetos de até dez minutos a R$ 25 mil reais como apoio de produção.
As categorias profissionais passam a ser voltadas especificamente a pessoas jurídicas (produtoras), mas ampliam as áreas de atuação contemplando obras de ficção, ensaios, animação, videoarte, videodança (que não tem mais edital próprio), motion design (animação), entre outros. Na área de difusão, o estímulo é por exibições que possam ir além da experiência da tela frontal e da simples experiência da sala de cinema com produtos de live image, performances audiovisuais, cine e vídeo-instalações e montagens cênicas.

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