Isaar faz disco inspirado pelos sons ao seu redor

Todo calor ficou pronto depois de três anos de iniciado
JOSÉ TELES
Publicado em 15/02/2014 às 9:39


Todo calor, o terceiro disco solo de Isaar, está disponível a partir de hoje no site da cantora
(www.isaar.com.br). O download é gratuito, através da plataforma "Pague com um tweet". O disco físico
está previsto de chegar às lojas em março: "É o lançamento oficial, porque, na verdade, já tem um tempo que
venho colocando as músicas deste disco no repertório dos meus shows. No Natal, cantei grande parte do
repertório", comenta Isaar, que não lançava disco há cinco anos (o último foi Copo de espuma, de 2009).

Todo calor teve uma gestação complicada desde que começou a ser concebido - inclusive com um parto
real em sua história. Isaar foi mãe e desacelerou o projeto para cuidar do filho. Nascimento e morte, esta
última do baixista Lito, que participou ativamente da concepção do álbum, dos arranjos. O disco foi gravado
em 2011: "Desde então, muita coisa aconteceu. A banda se diluiu. Parei de viajar depois que engravidei.
Quando recomecei, me preparava para lançar o disco, então Lito morreu", conta Isaar.

O baixista Lito (ex-Cacabulho) tocava com ela desde 2005 e faleceu em setembro de 2012, atingido por
uma bala perdida, na praia de Gaibu (Cabo de Santo Agostinho), segundo se noticiou. Isaar decidiu, então,
dar uma parada, abalada com o desaparecimento do amigo e parceiro. É dos dois, por sinal, a música que
dá título ao disco. Um álbum bem diferente dos dois trabalhos anteriores da cantora, menos apegado às
raízes, mais pop: "Realmente, neste disco o pop fica mais evidente, mas considero que meus outros trabalhos
também são pop. Este disco é diferente, porque é o resultado do que ouvi enquanto fazia ele. É um disco do
som ao redor. Quando estou gravando, nunca ouço CDs de outros artistas. Presto atenção, no entanto, no
que escuto onde ando. Nas festas, o que tocam pelas ruas... É por isso que Todo calor tem muita coisa:
reggae, levadas latinas.... Desta vez, fiquei mais livre do regional, me libertei mais para gravar o que me desse
vontade", explica Isaar.

Isso se evidencia na seleção das canções do álbum. A faixa que fecha o disco, por exemplo, Espero bem
devagar, da própria Isaar, vem do tempo do Comadre Florzinha: "Inclui no disco, porque tinha a ver comigo
na época. Estava grávida, a letra fala nisso de espera. ?Espero bem devagar?, diz a letra. A mais recente foi
feita com Lito. Tem um reggae, de Beto Villares, só que a música como gravei é bem diferente da original.
Mas os arranjos, na maioria, foram feitos por Lito. Muita coisa a gente fez no violão. Inclusive, na última
faixa, o baixo é de Lito. Quando chegamos no Fábrica, para Berna produzir, muita coisa já estava pronta,
bem ensaiada", conta a cantora e compositora.

(leeia mais na edição impressa de do Jornal do Commercio)

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