L íngua geral, em tupi, Nheengatu, lançado no ano passado, é o título de um dos discos mais elogiados da carreira da banda Titãs, que vinha de um trabalho mal recebido, Sacos de Plástico (2009). Rendeu, além de elogios, turnê que chega ao Recife, coincidindo com o lançamento do DVD Nheengatu ao Vivo, assim como disco homônimo (Som Livre). É com o repertório de Nheengatu que os Titãs retornam ao Baile Perfumado, hoje.
Sergio Britto, Branco Mello, Tony Bellotto, e Paulo Miklos (mais o baterista Mário Fabre), conseguiram a façanha de desenhar, como quarteto, quadro semelhante ao do disco Cabeça Dinossauro, quando funcionava como um octeto.
Nheengatu, avisava o grupo quando lançou o disco, não é para estômago fracos: em suas 14 faixas, o grupo passeia pela banda podre de Pindorama, a língua geral contrastando com a Babel estampada na capa do CD, segundo a tela de Pieter Bruegel. Uma coleção de crônicas das mazelas brasileiras tal como são, sem precisar carregar nas tintas, mas em clima de rock pesado e visceral.
“Desde o começo, tínhamos vontade de fazer um instantâneo do tempo que a gente vive. Fardado foi diretamente inspirada na fotografia de uma adolescente parada na frente de uma tropa da PM com um cartaz escrito: ‘Fardado, você também é explorado’”, explica Sérgio Britto.
“Decidimos fazer um disco de rock brasileiro pesado. A intenção nos remeteu imediatamente à situação atual do Brasil, de muito caos, injustiça social e violência generalizada”, emenda Tony Bellotto, em entrevista ao JC. Fardado (que o grupo canta de máscaras) é diretamente ligada ao clássico Polícia. O show começa as 22h, com abertura da banda By Rock e o DJ Sapo.