O jornal satírico francês "Charlie Hebdo" voltou a funcionar em sua edição online, nesta quarta-feira, com um "site" repaginado e com seções em inglês, dez meses apó o atentado cometido contra sua redação, em Paris.
"Charlie 2.0, aqui vamos nós outra vez!", afirma a nova página, que será atualizada "de segunda a sexta, com descanso no fim de semana para irritar Macron" - uma referência bem-humorada ao ministro francês da Economia, Emmanuel Macron, que liberalizou o trabalho aos domingos. A versão ainda é "provisória".
"Todo dia os internautas vão descobrir um texto exclusivo, assinado por um jornalista da redação, assim como uma nova charge", declarou o jornal, em nota enviada à AFP.
Ainda segundo o comunicado, uma parte do "site" está em inglês, "para atingir leitores internacionais e permitir que o maior número possível conheça melhor o "Charlie Hebdo".
"A cada viagem que fazemos para as homenagens, nós nos damos conta de que o público internacional conhece o nome do 'Charlie Hebdo', mas não sabe o que é", explicou o editor-chefe do veículo, Gérard Biard.
Desde o ataque, o "site" exibia apenas a capa da edição semanal e formulários para assinatura. Agora, apresenta o editorial do cartunista Riss e coberturas históricas e da atualidade.
No final de setembro, a equipe do Charlie Hebdo deixou a sede do jornal "Libération" para se instalar em sua nova sede, com segurança reforçada.
Os "sobreviventes" do jornal foram acolhidos pelo "Libération" em sinal de solidariedade, dois dias depois do ataque de 7 de janeiro. Neles, 12 pessoas morreram, entre elas cinco cartunistas do Charlie (Charb, Cabu, Honoré, Tignous e Wolinski).