O alvoroço é grande e não se fala em outra coisa. Desde o lançamento de Pokémon Go no Brasil na última quarta-feira (3), o jogo tem conquistado vários fãs, apostando na nostalgia do desenho animado e na tecnologia de realidade aumentada. Mas antes de sair de casa com a ideia de se tornar um mestre Pokemón, vale lembrar: o ambiente de trabalho não é o mais adequado para a brincadeira, que pode inclusive se tornar motivo de advertências e até demissão por justa causa se o funcionário não respeitar as normas da organização.
Inicialmente, o game pode ser experimentado livremente nos intervalos do profissional, como horário de almoço e descanso, desde que se atente ao regulamento interno. Caso contrário, a postura resistente às normas proibitivas do jogo poderão ser caracterizadas como insubordinação.
“Como acontece com qualquer tecnologia, o funcionário deve prestar atenção ao que a corporação determina como regra. De toda forma, não é de bom tom jogar no espaço da empresa”, explica o advogado do escritório Aith Advocacia, Renato Falchet Guará. Assim, mesmo nos intervalos, o profissional que quiser capturar os bichinhos deve procurar nos arredores, e não dentro da empresa.
Também é necessário ficar de olho na produtividade e não pensar demais em Pokemón Go durante o expediente. “Muitas empresas estão se queixando de funcionários perdendo produtividade, pois estão usando o aplicativo durante o horário de trabalho, seja em escritórios, seja em ambientes fabris ou até mesmo na rua, para aqueles que trabalham em funções externas. Esses trabalhadores podem ser punidos, porque a própria CLT prevê que a queda do desempenho do empregado poderá gerar demissões”, explica o também advogado do escritório Aith, Rafael Colônia.
Ao conectar o aplicativo, o usuário pode jogar tanto através de um mapa quanto pela sua própria câmera, enxergando claramente os lugares por onde passa. Por isso, apesar de o jogo não necessariamente salvar as imagens dos espaços observados, caso o aplicativo seja acessado dentro da empresa e dados sigilosos acabarem vazando, a corporação pode demitir seu trabalhador. O motivo seria o desrespeito à propriedade intelectual.
“O que geralmente acontece é que o trabalhador acessa o jogo dentro da empresa, encontra um Pokémon em um lugar inusitado e posta nas redes sociais, gerando o vazamento”, diz Renato.
Veja galeria de fotos com memes do lançamento de Pokémon Go no Brasil: