O Banco Central manteve em US$ 80 bilhões a projeção, para este ano, do saldo negativo das compras e vendas de mercadorias e serviços do Brasil com o resto do mundo – chamado de transações correntes. Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, o déficit em transações correntes deve ficar em 3,52%, contra 3,48% previstos em junho.
De janeiro a agosto, o saldo negativo ficou em US$ 54,818 bilhões, contra US$ 57,627 bilhões nos oito meses de 2013.
Para o superávit comercial (exportações maiores que as importações), a projeção do BC passou de US$ 5 bilhões para US$ 3 bilhões, este ano.
A conta de serviços (viagens internacionais, transportes, aluguel de equipamentos, seguros, entre outros), também integrante das transações correntes, deve registrar déficit de US$ 46,5 bilhões, contra US$ 47,6 bilhões previstos anteriormente.
A projeção para o déficit na conta de rendas (remessas de lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) agora é US$ 39 bilhões. A estimativa anterior era US$ 39,9 bilhões.
O ingresso líquido de transferências unilaterais correntes (doações e remessas de dólares que o país faz para o exterior ou recebe de outros países, sem contrapartida de serviços ou bens) deve chegar a US$ 2,5 bilhões, a mesma projeção anterior.
Quando o país tem déficit em conta-corrente, ou seja, gasta além da renda do país, é preciso financiar esse resultado com investimentos estrangeiros ou tomar dinheiro emprestado no exterior.
O investimento estrangeiro direto (IED), que vai para o setor produtivo da economia, é considerado a melhor forma de financiar por ser de longo prazo. Mas há outras formas de financiamento, como os empréstimos e os investimentos estrangeiros em ações e em títulos de renda fixa.
A projeção do BC para o IED é US$ 63 bilhões, este ano, a mesma estimativa anterior. Em relação ao PIB, o IED deve ficar em 2,77%, contra 2,74% previstos em junho.
A estimativa para o investimento estrangeiro em ações negocias em bolsas de valores no Brasil e no exterior foi mantida em US$ 12 bilhões.
Para os investimentos estrangeiros em títulos negociados no país, a estimativa passou de US$ 18 bilhões para US$ 23 bilhões.