O governo grego negou nesta sexta-feira ter renunciado a seus compromissos eleitorais em sua última proposta à zona do euro sobre a prorrogação do plano de financiamento, que será examinada ainda hoje em uma reunião em Bruxelas.
"Não voltamos atrás no que diz respeito a nossas linhas vermelhas", assegurou o porta-voz governamental Gabriel Sakellaridis, referindo-se a questões que Atenas considera não negociáveis.
"Se o governo tivesse feito um giro de 180 graus, teríamos assinado um acordo há dez dias", destacou. O porta-voz se declarou otimista sobre a possibilidade de um acordo com os sócios europeus, mas se mostrou prudente.
A Grécia enviou na quinta-feira a seus parceiros europeus uma proposta financeira na qual reitera sua oposição à austeridade, suscitando a rejeição da Alemanha, mas que, segundo Bruxelas, "abre o caminho para um compromisso".
O governo grego propôs, em uma carta ao Eurogrupo, uma extensão por seis meses do acordo de empréstimo europeu, período em que se compromete com o equilíbrio orçamentário, mas confirmou que é contra as medidas de austeridade, segundo uma fonte governamental em Atenas.
Na carta, o governo grego de esquerda aceita a supervisão dos credores (UE, BCE e FMI), embora não utilize a palavra "troika". Compromete-se a "financiar plenamente qualquer nova medida, mas se abstendo de qualquer ação unilateral que possa afetar as metas orçamentárias, a recuperação econômica e a estabilidade financeira".
Uma reunião de ministros da Economia da zona do euro (Eurogrupo) será realizada na tarde da sexta-feira, em Bruxelas para decidir sobre o pedido da Grécia.
Entretanto, a proposta grega foi mal recebida pela Alemanha, maior economia da zona do euro. O ministério alemão da Economia considerou em um comunicado que "não é uma proposta de solução substancial" e que "não responde aos critérios da zona euro".
Atenas reagiu algumas horas mais tarde, dando a entender que alguns países na zona do euro não querem solucionar a negociação entre Atenas e seus parceiros europeus.