O governo da Grécia comemora a vitória do "não" no plebiscito deste domingo (5) contra um acordo com os credores internacionais.
Com 80% dos votos apurados, 61% haviam optado pelo "não" e 39% pelo "sim", ou seja, não há mais chances de reverter o cenário.
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, entrou em contato com líderes europeus nesta noite para tentar retomar as negociações com o bloco nesta segunda (6). Segundo os canais de TV da Grécia, o premiê já conversou, por exemplo, com o presidente francês, François Hollande.
ENTENDA A CRISE GREGA
À mídia grega, o ministro de Finanças, Yanis Varoufakis, celebrou o resultado, afirmando que a população deu um "não" a cinco anos de "hipocrisia", em referência ao período de austeridade fiscal pós-crise de 2010.
Varoufakis disse que acredita na possibilidade de um acordo em 24 horas. As autoridades gregas vão usar dois argumentos para tanto: o respaldo da população para que o governo não aceite os termos da atual proposta e o recente relatório do FMI (Fundo Monetário Internacional) reconhecendo que a dívida do país precisa ser perdoada em pelo menos 30%.
Ao mesmo tempo, o Banco Central grego deve fazer um apelo para o BCE (Banco Central Europeu) aumentar o limite da assistência emergência de liquidez, chamada de ELA, para evitar o colapso bancário a partir de terça-feira (7), quando as agências reabririam. O BCE tem mantido a ajuda no mesmo patamar há mais de uma semana.
A questão agora é como os líderes europeus vão reagir a esse provável resultado indicado nas pesquisas e na apuração até agora. A chanceler alemã, Angela Merkel, pretende ir a Paris se reunir com François Hollande para discutir a situação grega após a votação.