Após a disparada de quinta-feira (21) quando atingiu o valor nominal recorde desde o início do real, o dólar passou nesta sexta-feira (22) por ajustes técnicos, com investidores realizando os lucros mais recentes (vendendo moeda). O recuo do dólar no exterior, onde o petróleo voltou a apresentar fortes ganhos, também ajudou a conduzir a baixa das cotações no Brasil.
O dólar à vista fechou em baixa de 1,59%, aos R$ 4,1041. Na semana, porém, acumulou alta de 1,38%. A divisa para fevereiro, que fecha apenas às 18 horas, cedia neste fim de tarde 1,40%, aos R$ 4,1135.
O viés negativo para o dólar era forte desde cedo. Por um lado, alguns investidores aproveitaram os avanços mais recentes para diminuir posições compradas (de alta da moeda) no mercado futuro - o mais líquido -, o que acabava colocando as cotações à vista para baixo. Por outro, o exterior ajudava, pois o petróleo voltou a registrar ganhos tanto em Londres quanto em Nova York.
Por trás do cenário de recuperação lá fora estavam declarações do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, reiterando a possibilidade de adoção de mais estímulos para a economia da zona do euro. Já o presidente do Banco do Japão (BoJ, o banco central do país), Haruhiko Kuroda, disse que a instituição está pronta a "expandir ainda mais, ou fortalecer ainda mais" seu programa de relaxamento quantitativo, "se necessário".
O dólar oscilou em baixa durante toda a sessão. Na máxima do dia, às 12h08, marcou R$ 4,1334 (-0,89%) e, na mínima, às 13h33, atingiu R$ 4,1027 (-1,63%). Durante a tarde, com as mesas de operação já mais vazias, antes do fim de semana prolongado em São Paulo (aniversário da cidade no dia 25), as oscilações foram menores.