Ao longo dos últimos três anos, o Brasil registrou a abertura de 11 milhões de pequenas empresas que seriam o único meio de sobrevivência dos seus donos. Os números do Sebrae revelam o aumento do fenômeno conhecido como empreendedorismo por necessidade, quando não são a vocação ou realização de um sonho as motivações para tocar o próprio negócio.
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“Percebemos o efeito da crise na demanda por orientação, tanto de quem investiu sem planejamento e teve problemas quanto por quem tinha alguma reserva financeira e quer se planejar antes”, diz o analista do Sebrae-PE Luiz Nogueira.
De acordo com o último relatório global de empreendedorismo formulado por diversas instituições internacionais – Global Entrepreneurship Monitor (GEM) –, de 2016, 50% das empresas em processo de abertura no Brasil tinham a necessidade como propósito. Dessas, 29% apostaram no segmento de alimentação e bebidas, percebido pela explosão de food trucks.
Mesmo que a falta de opção não seja a motivação ideal, o aumento do número de pequenas empresas pode ser vista como a disseminação do empreendedorismo entre os brasileiros – até então tímidos para uma vida sem carteira assinada –, além de apontar para a busca pela formalização, principalmente como Microempreendedor Individual (MEI). “A recuperação da economia passa, necessariamente, pelo empreendedorismo. E é preciso que o governo crie mecanismos que facilitem e incentivem os pequenos negócios”, resume a análise do GEM.