Trump vai impor tarifas de US$ 50 bi a importações da China

Donald Trump disse que essa era a primeira de várias ações contra a China. Ele ainda não informou quais são os produtos sujeitos às taxas
AFP
Publicado em 22/03/2018 às 15:07
Donald Trump disse que essa era a primeira de várias ações contra a China. Ele ainda não informou quais são os produtos sujeitos às taxas Foto: Foto: AFP


O presidente americano, Donald Trump, vai impor tarifas de cerca de 50 bilhões de dólares sobre produtos chineses importados, uma retaliação contra o suposto roubo de propriedade intelectual americana - anunciou a Casa Branca nesta quinta-feira (22).

Anunciando como a "primeira de muitas" ações comerciais, Trump assinou a ordem que também almeja restringir o investimento chinês nos Estados Unidos. 

"Temos uma situação tremenda de roubo de propriedade intelectual acontecendo", disse Trump. 

As novas tarifas aduaneiras serão voltadas para setores industriais, nos quais "a China procurou adquirir vantagem por meio da aquisição injusta, ou da transferência forçada de tecnologia de empresas americanas", afirmou o conselheiro econômico sênior da Casa Branca, Everett Eissenstat, à imprensa.

Os produtos sujeitos às taxas ainda não forma identificados. 

O anúncio fez as ações despencarem em Wall Street, com queda do índice industrial Dow Jones de cerca de 2%, após reforçar a posição de confronto de Trump com os parceiros comerciais.

O representante comercial americano (USTR) Robert Lighthizer deve identificar os índices de uma lista proposta de produtos que seriam alvo das tarifas. 

Trump quer que Lighthizer mova ações contra a China na Organização Mundial de Comércio (OMC), acusando Pequim de impedir o licenciamento de tecnologia de empresas americanas na China. 

A medida também pede para o Tesouro nacional desenvolver novas propostas que ampliem as salvaguardas em investimentos que podem comprometer a segurança nacional americana. 

Funcionários da Casa Branca anunciaram na quinta-feira as ações arremataram anos de esforços para encorajar a China a dar fim às alegadas práticas desleais por meio de negociações.

"Esses diálogos fracassam nos governos Bush e Obama", afirmou o conselheiro comercial da Casa Branca Peter Navarro à imprensa.

Navarro disse que Trump tinha se esforçado para encorajar Pequim a cooperar com as súplicas americanas de abrir os mercados chineses e dar fim a práticas injustas. 

"O problema é que, com os chineses, neste caso, a conversa não foi barata, foi muito, muito cara, e finalmente o presidente decidiu que precisávamos seguir em frente". 

Conforme Trump avançou em direção ao confronto, Pequim alertou várias vezes que guerras comerciais não beneficiam ninguém e que a China não ficaria parada diante de novas medidas punitivas de Washington.

A indústria americana, e o setor agropecuário em particular, expressou preocupações excepcionais de que as medidas de Trump possas despertar medidas de retaliação e prejudicar as exportações americanas. 

Mas Navarro disse à imprensa que a China se beneficiou muito mais com as relações comerciais com os Estados Unidos que o contrário, o que significa que pode ser difícil para Pequim retaliar. 

As novas ações da China acontecem semanas depois de a Casa Branca anunciar, repentinamente, novas tarifas às importações de aço e alumínio, provocando reações imediatas de parceiros comerciais e até mesmo de integrantes do Partido Republicano. 

Nesta sexta-feira, foi anunciada a isenção das tarifas - que entram em vigor nesta sexta-feira - a países como Brasil, Argentina, México e os integrantes da UE. 

 

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