Os mercados mundiais operaram em baixa nesta segunda-feira (27) impactados pelas notícias de alastramento do coronavírus pelo mundo. Os principais índices da Bolsa de Nova York tiveram sua pior sessão do ano e replicaram as quedas registradas nos mercados da Europa e da Ásia. O Dow Jones recuou 1,57%. O mesmo aconteceu com a bolsa brasileira. O Ibovespa, principal índice da B3, fechou o dia em queda de 3,29%, puxado por duas das principais empresas listadas.
O sócio-diretora da Multinvest Capital, Osvaldo Moraes, explica que o pânico do mercado em relação à disseminação da doença é porque o medo termina por influenciar no comportamento das pessoas e, portanto, do mercado. “O racional disso é que, com o vírus se espalhando, menos pessoas tendem a sair de casa para comprar e consumir. Isso reflete no faturamento das empresas. E se o faturamento tende a cair por conta do medo das pessoas, as empresas vão dar menos resultado”, contextualiza o analista.
Desde o início das notificações de coronavírus, em 3 de janeiro deste ano, a Vale acumula uma perda de R$ 18 bilhões e a Petrobras, R$ 29,8 bilhões. O petróleo também voltou a cair derrubado pela possibilidade da propagação do coronavírus impactar na demanda da China.
Os Estados Unidos já registrou vários casos, a Europa também passou a contabilizar pessoas infectadas e, além disso, há o fato de que o vírus pode ser transmitido pelos doentes antes de os sintomas como tosse ou febre se manifestem nos infectados. Uma pessoa que sai da China contaminada pode transmitir para várias outras apenas dentro de um avião. “O empresário que iria para China fechar um negócio deixa de ir”, salienta Osvaldo Moraes.
Nesta segunda, o governo dos Estados Unidos pediu que os cidadãos americanos reconsiderem seus planos de viagem para a China devido à epidemia de coronavírus originada na cidade de Wuhan. O Departamento de Estado emitiu um aviso categórico para que os americanos não viajem para a província de Hubei, onde está localizada a cidade de Wuhan.
Até agora, 82 pessoas morreram do coronavírus, todas na China. As autoridades de saúde dos EUA confirmaram no domingo cinco casos de coronavírus, embora tenham alertado que esperavam mais contágios. Os cinco casos confirmados correspondem a pacientes que viajaram para Wuhan, disse Nacy Messonnier, chefe de doenças respiratórias dos Centros de Controle de Doenças, durante uma teleconferência com jornalistas.