Agricultura descarta risco e libera cacau da África

Carga de cacau foi barrada depois que fiscais encontraram insetos vivos nas amêndoas, durante o desembarque do lote, em junho, no Porto de Ilhéus
da Agência Estado
Publicado em 24/07/2012 às 19:11


O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) decidiu liberar para uso da multinacional Nestlé uma carga de 4 mil toneladas de amêndoas de cacau, oriunda da Costa do Marfim, que está retida no armazém da empresa em Itabuna, no sul da Bahia. A carga foi barrada depois que fiscais do ministério encontraram insetos vivos nas amêndoas, durante o desembarque do lote, em junho, no Porto de Ilhéus.

Segundo nota divulgada pelo Mapa, uma inspeção feita pelos pesquisadores da Comissão Executiva de Planejamento da Lavoura Cacaueira (Ceplac), vinculada ao órgão, "não conclui que seja uma praga de importância quarentenária para o Brasil, por não ter chegado em nível de espécie". Além disso, o comunicado aponta que o risco trazido pela presença dos insetos "não excede o nível de proteção aceitável pelo Sistema de Defesa Vegetal brasileiro" e que a carga "será liberada para uso pela empresa Nestlé após ser comprovada a eliminação de qualquer vestígio" da presença da praga.

O ministério determinou "imediato tratamento da carga para evitar qualquer risco fitossanitário para a cultura cacaueira" no Brasil. "Será feita a aplicação no produto de fosfeto de alumínio e, após isso, serão colhidas amostras do cacau para nova avaliação", diz a nota.

A constatação da presença dos insetos nas amêndoas causou apreensão no sul da Bahia, principal região produtora de cacau no País. O temor era que a praga representasse uma nova ameaça à lavoura cacaueira, que ainda se recupera da devastação causada pelo fungo conhecido como vassoura-de-bruxa, há duas décadas. Os produtores da região cobram fiscalização mais rigorosa dos importadores no ponto de origem da matéria-prima. Este ano, já desembarcaram, no Porto de Ilhéus, cerca de 40 mil toneladas do produto, provenientes do exterior.

Também por meio de nota, a Nestlé afirma que "os carregamentos de cacau em amêndoa importados pela empresa passam por todos os trâmites legais e necessários à importação, tais como tratamento fitossanitário e inspeção antes do embarque ao Brasil" e que o lote no qual foi detectada a presença de insetos tem "total conformidade com os padrões normativos".

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