Efeito do câmbio na inflação é menor hoje, diz Banco Central

O diretor do BC informou que a instituição tem um programa de oferta de hedge cambial, cujo desenho estará em vigor até o final deste ano
Karol Albuquerque
Publicado em 29/09/2014 às 14:53


O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, salientou nesta segunda-feira (29) que os movimentos do câmbio são considerados nas projeções da instituição. Ele afirmou que, na data de corte (5/9/2014) do Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta segunda, era esse cenário mencionado no documento que o mercado antecipava para a taxa o câmbio.

Questionado algumas vezes sobre a alta recente do dólar, Hamilton disse apenas: "temos de ver como isso vai evoluir". Ele disse que o BC não questiona o fato de que o câmbio tem repercussão na inflação, mas certamente o repasse do câmbio é bem menor hoje do que era 10, 15 anos atrás. "Houve aprendizado importante do agentes sobre o tema a respeito de como o câmbio flutuante funciona", argumentou.

O diretor lembrou ainda que a situação hoje é diferente da vista até 1999, quando ainda imperava o regime administrado. "Então, houve aprendizado grande ao longo desde 15 anos: como pode ir para um lado e também para o outro", afirmou. 

As evidências indicam que a intensidade do repasse depende do tamanho da variação do câmbio e de quão permanente essa variação é vista pelos agentes e também a posição cíclica de economia: se está em moderação, expansão acelerada ou em recessão. Admitindo que os movimentos recentes sejam voláteis, disse o diretor em menção à pergunta de um jornalista, os agentes não estão vendo isso (a elevação) como uma situação permanente. 

O diretor do BC informou que a instituição tem um programa de oferta de hedge cambial, cujo desenho estará em vigor até o final deste ano. "Como coloquei há pouco, a política monetária está atenta", afirmou. 

Segundo ele, está explícita na comunicação do BC o que a diretoria colegiada não considera e está implícito o que está contemplado pelo colegiado. "O programa de hedge tem funcionado bem, tem dado resultados esperados, tem ajudado os mercados a se ajustarem a esse novo cenário", argumentou. O diretor disse ainda que esse programa diário vai continuar até 31 de dezembro. "Não tenho nada a acrescentar a esse respeito."

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