Mendonça prevê trégua até o fim de ano

Mercado deverá dar trégua à Dilma para que ela apresente novas propostas para a economia
Giovanna Torreão
Publicado em 28/10/2014 às 9:17


Economista, ex-presidente do BNDES, ex-ministro das Comunicações no governo Fernando Henrique e fundador da Quest Investimentos, Luiz Carlos Mendonça de Barros avaliou nesta segunda-feira, 27, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que o mercado dará uma trégua até o fim do ano à presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) para que ela se reorganize, apresente novas propostas para a economia e ainda escolha um novo ministro da Fazenda.

"Vou olhar o nome e colocá-lo na balança para ver se tem espaço para comandar a economia, ou se vai ser, como foi o (Guido) Mantega, um pau-mandado dela", afirmou, ao ser indagado a respeito de qual seria o perfil ideal do titular da Fazenda. No primeiro caso, de acordo com Mendonça de Barros, Dilma seguiria o caminho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que apostou em "pessoas de personalidade" para o cargo.

O economista avaliou que o fato de o desemprego ser uma variável futura do desempenho da economia do País ajudou na reeleição de Dilma. Ou seja, segundo ela, a baixa taxa atual de desemprego ainda é resultado de um crescimento do País até o ano passado, e os reflexos da desaceleração recente só serão vistos em até um ano e meio.

Alerta

"Ela foi reeleita com uma margem pequena, principalmente porque o desemprego continua no mínimo. Alertei ao PSDB que deveria mostrar que, apesar de a economia ter crescido pouco, o desemprego ainda não chegou, mas que em algum momento chegaria e o Aécio (Neves)não conseguiu passar a mensagem de forma eficiente”, disse o ex-ministro.

O economista disse permanecer cético em relação à retomada do crescimento, mesmo que um nome para Fazenda e as propostas para a economia agradem ao mercado. "Pela tradição dela (Dilma), do partido e da política econômica, a presidente não vai conseguir isso."

Ainda segundo ele, a turbulência recente nas bolsas e no dólar passarão, mas o investidor em mercados de risco terá pouco ânimo para apostar no Brasil. 

Ele elogiou o desempenho do PSDB, ao qual é ligado, nas eleições. "O jogo político ganha dimensão nova e a polarização está colocada, só que com o PSDB de volta ao jogo", argumentou.

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