Diferentemente da maioria dos dirigentes de montadoras, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, se mostrou otimista em relação ao desempenho da indústria automobilística em 2015. Se o ritmo do mercado automotivo no segundo semestre deste ano for mantido, "fecharemos 2015 com números bastante positivos contra 2014", disse nesta segunda-feira, 17, durante fórum sobre as perspectivas para o setor promovido pela revista Quatro Rodas.
Moan avaliou ainda que os problemas pelos quais a economia brasileira passa em 2014 são "pontuais" e "conjunturais". "Tivemos um primeiro semestre bastante difícil, mas a média mensal do segundo semestre contra o primeiro já indica novos caminhos", afirmou. Segundo ele, os licenciamentos têm crescimento de, em média, 5,7% no segundo semestre ante o primeiro, enquanto produção, de 6,5%, e as exportações, de 2,4%, "apesar de toda a crise na nossa vizinha Argentina, hoje nossa grande cliente".
"Em 2015, se não fizermos nada, se o ritmo deste segundo semestre permanecer, fecharemos o ano com números bastante positivos conta 2014. Não será um crescimento estrondoso, mas será a retomada do crescimento", frisou, a uma plateia de dirigentes do setor. A avaliação dele, contudo, contraria o que esperam muitos presidentes de montadoras. Em entrevistas no último Salão do Automóvel de São Paulo, vários afirmaram só aguardar uma retomada a partir de 2016.
Durante sua apresentação, Moan afirmou que suas perspectivas para 2015 não levam em conta a nova legislação que facilita a retomada dos veículos com atraso no pagamento dos financiamentos que entrou em vigor na última sexta-feira. "Na média, em dois a três meses conseguiremos retomar o veículo. Isso significa custo menor, segurança jurídica e que o setor bancário pode retornar a bancar nossos veículos", afirmou.