O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel divulgou nesta segunda-feira (24) alguns dados do setor externo disponíveis até o dia 20 de novembro. A despesa líquida com juros está em US$ 483 milhões e a remessa de lucros e dividendos soma US$ 1,779 bilhão no período. Nos primeiros 20 dias deste mês, o investimento em ações total está em US$ 750 milhões, de acordo com ele, e na renda fixa negociada no País há saída líquida de US$ 519 milhões no período.
Maciel destacou que essa saída de renda fixa não gera preocupações, porque são fluxos. "Não dá para atribuir a algo específico, até porque o volume não é relevante", considerou. O economista divulgou ainda que, até o dia 20 deste mês, a taxa de rolagem total está em 238%. Segundo ele, enquanto os empréstimos diretos registraram taxa de 112% no período, bônus, notes e commercial papers tiveram variação de 1.760%. "Apesar da taxa de rolagem alta, o volume do vencimento é baixo", comentou.
Segundo Maciel, houve um crescimento de 7,3% na rubrica de lucros e dividendos totais no acumulado dos dez primeiros meses deste ano, na comparação com idênticos meses do ano passado. No período, o saldo passou de US$ 18,373 bilhões para US$ 19,724 bilhões.
Maciel salientou que o aumento de renda no ano não decorre de mais remessas de lucros e dividendos, mas, sim, de entradas menores ao longo do ano. "Só está tendo crescimento porque as despesas de renda caíram. Isso está associado à atividade econômica menor este ano do que em igual período de 2013", comentou. O técnico disse também que, no final de ano, há alguma sazonalidade de remessa de lucros e dividendos.
FLUXO CAMBIAL - O economista antecipou parte do fluxo cambial semanal, no entanto, os dados vão apenas até 20 de novembro, faltando o dia 21. Segundo Maciel, a diferença entre todos os recursos que ingressaram e deixaram o País até 20 de novembro deixou um saldo negativo em US$ 2,184 bilhões. Esse resultado é formado por um fluxo comercial negativo em US$ 582 milhões e, um financeiro, também negativo em US$ 1,603 bilhão.
Maciel detalhou que o comercial teve US$ 1,612 bilhão em ACC, US$ 2,016 bilhões em PA e US$ 5,688 bilhões em demais. No financeiro, ele disse que houve US$ 23,783 bilhões em compras e US$ 25,386 bilhões. O chefe do departamento do BC disse ainda que a posição dos bancos, até 20 de novembro, está vendida em US$ 12,563 bilhões.
DÓLAR - De acordo com Maciel, a conta de serviços, dentro das transações correntes, segue uma tendência de moderação. Ele observou que viagens internacionais, em função da alta do dólar, começam a esfriar. "Nos últimos três meses o dólar variou 15% e isso tende a afetar as viagens internacionais", disse.
A parcial de novembro, do BC, indica que esse ritmo de moderação deve ter continuidade. Até 20 de novembro, o déficit no saldo das viagens internacionais soma US$ 840 milhões, com receitas de US$ 323 milhões e despesas de US$ 1,162 bilhão. "Fazendo uma projeção linear, indicaria novo recuo na despesa líquida de viagens contra novembro de 2013, um recuou de7%", projetou.
Maciel ainda disse que aluguel de equipamentos, embora tenha recuado este mês, não é uma tendência porque outubro do ano passado foi um ponto fora da curva, quando houve um crescimento mais expressivo. A parcial de aluguel de equipamentos, até 20 de novembro, mostra despesa de US$ 520 milhões.