IOF maior faz pré-pago da American Express ter queda

Dados do Banco Central mostram que o volume financeiro movimentado por cartões pré-pagos despencou 72,5% nos nove primeiros meses de 2014
Karol Albuquerque
Publicado em 30/11/2014 às 11:05
Dados do Banco Central mostram que o volume financeiro movimentado por cartões pré-pagos despencou 72,5% nos nove primeiros meses de 2014 Foto: Foto: USP Imagens


O aumento no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no final do ano passado fez a American Express registrar a primeira queda em volume financeiro do seu cartão pré-pago desde que foi lançado, em 2011. O recuo foi maior entre novos clientes do que consumidores que já estavam acostumados a utilizar o plástico em suas idas ao exterior, segundo Rose Meire Del Col, vice-presidente e gerente-geral para América Latina e Canadá da American Express.

No final do ano passado, o governo elevou o IOF de 0,38% para 6,38% e equiparou os plásticos pré-pagos e de débito à taxa do cartão de crédito. Sem revelar números, Rose conta, porém, que a medida teve impacto negativo acima das expectativas da companhia. "Fizemos todo um trabalho de orientação aos nossos clientes, mas, ainda assim, registramos queda no volume financeiro que foi maior entre os novos clientes. Há um efeito imediato e psicológico que impacta o volume financeiro dos cartões pré-pagos, mas, depois, uma acomodação", avalia Rose, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Dados do Banco Central mostram que o volume financeiro movimentado por cartões pré-pagos despencou 72,5% nos nove primeiros meses de 2014 ante igual intervalo do ano passado, caindo de US$ 2,5 bilhões para US$ 687 milhões. Em contrapartida o dinheiro em espécie, segundo o regulador, teve alta de 35,3% no período de referência, atingindo US$ 7,7 bilhões ao final de setembro.

Antes de 2014, primeiro ano da cobrança da nova alíquota, o cartão pré-pago da American Express, segundo a executiva, apresentava expansão em média de mais de duas vezes ante 2011, quando foi lançado. Rose explica, porém, que quando colocada na ponta do lápis, a diferença da cotação do dólar turismo cobrado nas compras de moedas em espécie em relação à praticada no carregamento dos cartões pré-pagos de viagens ao exterior, em alguns casos, já corresponde a metade do imposto cobrado. Se somados, conforme ela, os descontos em lojas oferecidos por meio do GlobalTravel Card, cartão pré-pago da American Express, toda alíquota de 6,38% já é compensada. 

Pesa ainda, conforme Rose, a questão da segurança. Isso porque à medida que os brasileiros optam por levar mais dinheiro em espécie para suas viagens ao exterior ficam mais expostos a assaltos fora do seu País.

Apesar do impacto do aumento do IOF no volume financeiro dos cartões pré-pagos, a modalidade já dá sinais de recuperação no segundo semestre deste ano, segundo a vice-presidente da American Express. Para o próximo ano, ela espera que a cifra transacionada nos cartões pré-pagos volte a crescer, refletindo não só uma base mais tímida em 2014 bem como um melhor entendimento por parte dos consumidores em torno da nova alíquota do IOF. 

Sustentam ainda a expectativa positiva de Rose o maior conhecimento das pessoas sobre o uso dos cartões pré-pagos em viagens ao exterior e a rede crescente de distribuição da American Express no Brasil. Segundo ela, as unidades saltaram de menos de mil em 2011 para mais de cinco mil e continuam crescendo. Além de agências bancárias, a bandeira também distribui seus cartões em casas de câmbio.

Neste ano, o tíquete médio do American Express GlobalTravel Card para cargas iniciais foi de US$ 1,3 mil e para recargas US$ 1,1 mil. As cidades que mais utilizaram o cartão foram Orlando, seguida por Nova York, Miami, Paris e Londres. O cartão da American Express está disponível em três moedas: dólar, que responde por mais de 70%, euro e libra esterlina. 

No Brasil, a American Express oferece cartões para pessoas físicas, jurídicas e produtos de crédito, além de seguros, serviços de viagens e outros. Em maio de 2006, o Bradesco desembolsou cerca de US$ 490 milhões para assumir toda a operação brasileira da companhia.

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