Tombini: inflação converge para centro da meta no segundo trimestre de 2015

Presidente do BC ressaltou que as dificuldades ainda existem na economia global, decorrentes dos problemas que surgiram com a crise de 2008
Da ABr
Publicado em 16/12/2014 às 13:11
Presidente do BC ressaltou que as dificuldades ainda existem na economia global, decorrentes dos problemas que surgiram com a crise de 2008 Foto: Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil


O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, afirmou nesta terça-feira (16), em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, que, embora a situação internacional continue complexa, existe um cenário relevante para se retomar a tendência de convergência da inflação para o centro da meta, que é 4,5%.

Tombini ressaltou, porém, as dificuldades que ainda existem na economia global, decorrentes dos problemas que surgiram com a crise de 2008.

“Olhando adiante, do ponto de vista da inflação, esperamos que retorne o mais rápido possível para o centro da meta de 4,5%. [Isso] trará ganhos recorrentes, que se estenderão por vários anos, pelo caráter de convergência”, afirmou Tombini.

Ele se disse convencido de que a inflação, em 12 meses. passará a convergir para o centro da meta, já no segundo trimestre de 2015. “[Entre outras coisas] teremos uma política fiscal contida. Ratifico, que o Banco Central não será complacente com a inflação e fará tudo para um cenário [bom] em 2015 e 2016”, prometeu.

Tombini admitiu, mais uma vez, que no curto prazo a inflação deverá ter um aumento, pelo realinhamento dos preços domésticos com os internacionais e dos preços administrados [como energia e combustível] em relação aos livres [definidos pelo mercado].

Ao comentar a acentuada valorização do dólar nos últimos dias, Tombini afirmou que o Banco Central está atento e manterá sua política cambial. Sem dar maiores detalhes, ele informou que, apesar da pressão, o BC está definindo os parâmetros para o swap cambial, que será anunciado no início de janeiro. Essas operações, que equivalem à venda da moeda no mercado futuro, são usadas para suavizar a alta do dólar e oferecer proteção (hedge) cambial às empresas e instituições financeiras

Na segunda (15), o Banco Central informou que a projeção de investidores e analistas do mercado fiananceiro subiu de R$ 2,55 para R$ 2,60, com taxa básica de juros em 11,5% ao ano, no fim de 2014. Não houve alteração na expectativa para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que foi mantida em 6,38%. O mercado financeiro prevê, porém, alta nos preços administrados, com mudança de 5,3% para 5,4%. Por outro lado, houve redução na estimativa da Dívida Líquida do Setor Público, que passou de 36% do PIB (Produto Interno Bruto, soma de todos os bens e serviços produzidos no país) para 35,9%.

No setor externo, diferentemente do que diz Tombini, aumentou o pessimismo em relação ao déficit em conta-corrente, que subiu de US$ 84,23 bilhões para US$ 85 bilhões, com o saldo da balança comercial negativo em US$ 1,6 bilhão e mantendo-se a expectativa dos investimentos estrangeiros diretos de US$ 60 bilhões.

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