O corte de verbas para os ministérios promovido pelo governo Dilma Rousseff não atingiu só gastos administrativos como limpeza, segurança, viagens, consumo de gasolina e energia elétrica.
Analisado de forma mais detalhada, o bloqueio ameaça uma iniciativa tida como prioritária pela administração petista -o Minha Casa, Minha Vida.
Parte dos subsídios concedidos pelo programa habitacional é classificada no Orçamento como custeio e, portanto, está sujeita ao corte. O Minha Casa responde por 88% do custeio de R$ 5,2 bilhões do Ministério das Cidades no projeto de Orçamento deste ano.
De acordo com o decreto editado no dia 8, a pasta terá de reduzir suas despesas de custeio em R$ 144 milhões mensais, ou R$ 1,7 bilhão no ano. A menos que a medida, de caráter provisório, seja revista mais à frente, o programa será afetado.
O ministro Gilberto Kassab disse, na segunda-feira (12), que os recursos do Minha Casa serão preservados.
No entanto, a tendência é que os cortes sejam ampliados após a aprovação do Orçamento, porque o governo federal promete poupar neste ano R$ 55,3 bilhões para o abatimento da dívida pública -que cresceu em 2014 com o impulso do calendário eleitoral nas despesas.
Ao todo, o Minha Casa, Minha Vida conta com verbas de R$ 18,7 bilhões até dezembro, a quase totalidade em subsídios para moradias destinadas à baixa renda.