Levy faz ressalvas à atuação do Banco Central no câmbio

"Tudo o que a gente dá com uma mão, acaba o BC tendo que tirar com a outra", explicou o ministro da Fazenda
Da ABr
Publicado em 01/04/2015 às 8:50
"Tudo o que a gente dá com uma mão, acaba o BC tendo que tirar com a outra", explicou o ministro da Fazenda Foto: Foto: Maíra Coelho / GERJ


O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, fez ressalvas ao programa do Banco Central de swaps cambiais, dizendo que os custos são altos e "tudo o que a gente dá com uma mão, acaba o BC tendo que tirar com a outra".

Ele respondia a questionamento de senadores, em audiência na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos), nesta terça-feira (31), quando defendeu ser necessário diminuir a dualidade do mercado de juros no país.

Segundo ele, quando se libera recursos de depósitos compulsórios para financiar determinadas atividades, o Banco Central precisa "trazer essa liquidez de volta", a custos mais altos.

"São escolhas. Vamos apoiar isso [a política de swap], mas tem um custo do outro lado", disse Levy.

"O que precisa é de muita disciplina com a mão esquerda, vamos dizer assim. Eu sou canhoto até", afirmou.

O programa de leilões de swap do Banco Central tem objetivo de proteger o real de desvalorização.

O estoque desses contratos de câmbio nas mãos do mercado financeiro chegou a US$ 114 bilhões, segundo o presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini, o equivalente a 30% das reservas internacionais do país.

RAÇÃO DIÁRIA

Na semana passada, o BC decidiu pelo fim das intervenções diárias no mercado de câmbio, que vinham contribuindo desde 2013 para evitar uma valorização maior do dólar.

O BC anunciou, porém, que continuará a renovar integralmente o estoque de contratos que já está na mão do mercado, cerca de US$ 114 bilhões - 30% das reservas internacionais.

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