O principal índice da Bolsa brasileira fechou em queda nesta segunda-feira (15), acompanhando a baixa dos mercados no exterior, diante do impasse para um acordo entre Grécia e seus credores. A sessão também foi influenciada pelo vencimento dos contratos de opções sobre ações, quando terminou o prazo de papéis que apostam no valor futuro dos ativos.
O Ibovespa perdeu 0,41%, segundo dados preliminares, para 53.129 pontos. O volume financeiro foi de R$ 7,5 bilhões. Os mercados de ações da Europa tiveram baixa de mais de 1%. Nos EUA, as Bolsas de Nova York recuaram entre 0,4% e 0,6%.
A Grécia e as instituições que representam os seus credores não conseguiram chegar a um acordo no domingo (14) para que o país possa receber mais ajuda financeira em troca de reformas até o fim do mês, quando poderá dar um calote da dívida se não conseguir novos fundos.
Nesta segunda, a Grécia disse que está pronta para retomar as negociações com seus credores a qualquer momento. "Estamos aguardando o convite das instituições e vamos responder, a qualquer momento, para retomar as negociações', informou comunicado do gabinete do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras.
A queda do Ibovespa foi influenciada principalmente por ações da Vale. O papel preferencial da companhia, mais negociado e sem direito a voto, cedeu 2,40%, para R$ 17,45, segundo dados preliminares. O preço do minério de ferro no mercado à vista chinês recuou nesta segunda pelo segundo dia consecutivo. A China é o principal destino das exportações da mineradora brasileira.
A ação preferencial da Petrobras teve ligeiro ganho de 0,14%, para R$ 14,20, segundo dados preliminares. O banco americano JP Morgan elevou a recomendação aos papéis da estatal para "overweight" (acima da média do mercado), subindo o preço-alvo de R$ 11 para R$ 18 no fim do ano.
CÂMBIO
A aversão ao risco causada pelo impasse para um acordo entre Grécia e seus credores fez o dólar comercial subir no dia, apesar de a alta ter sido amenizada pela expectativa pela entrada de recursos no Brasil, na esteira de captações de empresas e do aumento da taxa de juros, segundo operadores.
O dólar comercial, usado no comércio exterior, subiu 0,28%, para R$ 3,128. Já o dólar à vista, referência no mercado financeiro e que fecha mais cedo (por volta das 14h30), teve baixa de 0,40% sobre o real, cotado em R$ 3,102 na venda.
O mercado segue em alerta com o rumo dos juros nos Estados Unidos. As atenções se voltam para a reunião de política monetária do Federal Reserve (banco central americano) nesta semana. A presidente do Fed, Janet Yellen, já sinalizou que a taxa deve voltar a subir ainda em 2015, após permanecer desde 2008 em seu menor nível histórico, entre zero e 0,25% ao ano.
Uma alta do juro americano deixaria os títulos do Tesouro dos EUA -que são remunerados por essa taxa e considerados de baixíssimo risco- mais atraentes do que aplicações em mercados emergentes como o Brasil, provocando uma saída de recursos dessas economias. A menor oferta de dólares tenderia a pressionar a cotação da moeda americana para cima.
Investidores continuam monitorando também a postura do Banco Central brasileiro em relação às ofertas de swap cambial (operação que equivale à venda futura de dólares), após a autoridade monetária ter reduzido, na semana passada, a rolagem do lote de contratos que vence em julho. O BC rolou nesta segunda-feira 6.300 contratos de swap, em uma operação que movimentou US$ 308,9 milhões.