A Bovespa recua nesta quarta-feira (16) com as incertezas no cenário doméstico se sobrepondo ao viés positivo dos índices acionários internacionais. Enquanto lá fora a alta das bolsas se apoia nos sinais de melhora da economia americana, que podem justificar uma elevação dos juros nos Estados Unidos nesta data, o mercado local tem dúvidas sobre a continuidade de Joaquim Levy à frente da Fazenda em caso de o governo decidir mais uma vez reduzir a meta fiscal de 2016, desta vez para uma banda que vai de zero a superávit primário de 0,5% do PIB, inferior à proposta de superávit de 0,7% defendida pelo ministro.
O objetivo seria evitar o corte de R$ 10 bilhões no Bolsa Família, seguindo o desejo da presidente Dilma Rousseff.
Além das dúvidas sobre a permanência de Levy, há no mercado o temor de um rebaixamento do rating soberano do Brasil pela Moody's, da categoria grau de investimento para especulativo.
Na terça, a Moody's disse que, caso a meta fiscal seja alterada, haverá mais pressão sobre o rating do Brasil. Como nesta quarta é dia de vencimento de Ibovespa Futuro, não estão descartados movimentos especulativos ao longo do pregão.
Lá fora, o Federal Reserve divulga a decisão de política monetária às 17 horas e também as suas projeções econômicas. Na sequência, a presidente da instituição, Janet Yellen concede entrevista coletiva. A aposta majoritária é de que o ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos será anunciado nesta quarta-feira.
Às 10h29, o Ibovespa recuava 0,88%, aos 44.478,39 pontos. As ações da Petrobras, Vale, siderúrgicas e bancos operam em baixa. Entre os futuros em Nova York, o Dow Jones subia 0,50%; S&P500, +0,43%; e Nasdaq, +0,45%.