O Banco Mundial cortou as projeções de crescimento do Brasil. Para a instituição, o País deve encolher 2,5% neste ano, o pior desempenho entre as principais economias mundiais, de acordo com o relatório "Perspectivas Econômicas Globais", divulgado nesta quarta-feira, dia 6. A expectativa dos economistas da instituição é de que o País só volte a crescer em 2017, com expansão de 1,4%.
Num grupo de 23 países apresentados no relatório do Banco Mundial, além do Brasil, só a Rússia deve ter contração na economia em 2016, de 0,7%. A previsão é que a economia mundial tenha expansão de 2,9%. Os países em desenvolvimento devem crescer 4,8% e a América Latina, 0,1%. A Índia deve ser o destaque, com alta de 7,8% no Produto Interno Bruto (PIB).
As perspectivas do Banco Mundial para o Brasil são bem piores do que as presentes no relatório anterior, divulgado em junho de 2015. Naquele documento, a expectativa era de que o PIB brasileiro fosse ter alta de 1,1% este ano e de 2% em 2017. Para 2015, a aposta era de contração mais suave, de 1,3%, número que foi revisado para 3,7%.
No novo relatório, foi acrescentada projeção para 2018, ano em que o Brasil deve crescer 1,5%. Durante a reunião anual da instituição junto com o Fundo Monetário Internacional (FMI) em outubro, em Lima, no Peru, os economistas do banco falaram na possibilidade de o País encolher 0,61% neste ano e 2,5% em 2015
Os economistas do Banco Mundial mencionam várias vezes o Brasil ao longo das 286 páginas do relatório e citam que a situação piorou no País desde a divulgação do documento de junho. O Brasil tem passado por um "severo ajuste" em meio a desafios domésticos e internacionais e aumento do risco político, afirma o documento.
Enquanto a economia russa teve de lidar com a forte queda do preço do petróleo e sanções da Europa e Estados Unidos por causa do conflito da Ucrânia, o Brasil tem elevada incerteza política, que contribui para manter a confiança de empresários e consumidores em níveis historicamente baixos, diz o documento. Além disso, o aperto na política fiscal e monetária, para conter a inflação, acabaram tendo reflexo na atividade.