Produção industrial cai 2,4% em novembro ante outubro, revela IBGE

Resultado na margem veio abaixo do piso do intervalo de expectativas dos analistas de 30 instituições
Do Estadão Conteúdo
Publicado em 07/01/2016 às 9:39
Resultado na margem veio abaixo do piso do intervalo de expectativas dos analistas de 30 instituições Foto: Ilustração: NE10


A produção industrial caiu 2,4% em novembro ante outubro, na série com ajuste sazonal, divulgou na manhã desta quinta-feira (7), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado na margem veio abaixo do piso do intervalo de expectativas dos analistas de 30 instituições ouvidas pelo AE Projeções, que esperavam desde queda de 1,83% a avanço de 0,80%, com mediana de negativa em 0,90%.

Em relação a novembro de 2014, a produção caiu 12,4%. Nesta comparação, sem ajuste, o dado veio abaixo do piso do intervalo previsto, que variava desde queda de 11,90% a retração de 8,00%, com mediana negativa de 10,30%. No ano, a produção da indústria acumula queda de 8,1% até novembro. Em 12 meses, o recuo é de 7,7%. Já o índice de média móvel trimestral da produção industrial registrou queda de 1,6% no trimestre encerrado em novembro em relação aos três meses até outubro, informou o IBGE.

Queda na produção

A queda de 2,4% na produção industrial em novembro ante outubro é a maior desde dezembro de 2013, quando o recuo foi de 2,8%, informou há pouco o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Considerando apenas meses de novembro, o desempenho é o pior desde 2008, quando o tombo foi de 4,4% na margem. Na comparação interanual, a redução de 12,4% na produção industrial em novembro ante igual mês de 2014 é a 21ª consecutiva e a mais intensa desde abril de 2009 (-14,1%). Apenas para meses de novembro, trata-se do pior desempenho da série, iniciada em 2003 para esta base. No ano, a produção industrial acumula uma queda de 8,1% até novembro, o pior resultado para o período desde 2009.

Atividades

O recuo de 2,4% na produção industrial em novembro ante outubro foi acompanhada por 14 das 24 atividades analisadas pelo IBGE. A maior pressão veio da indústria extrativa, cuja atividade recuou 10,9% no período, apontou o órgão. Nesse mês, a indústria extrativa, que vinha registrando bom desempenho no ano, foi afetada pela greve dos petroleiros ligados à Petrobras e pelo desastre em Mariana (MG), quando duas barragens da Samarco se romperam. A mineradora parou a produção desde o acidente. O segundo maior impacto negativo veio da produção de derivados de petróleo e biocombustíveis, que recuou 7,8% em novembro ante outubro. Segundo o IBGE, esse setor também foi impactado pela greve dos petroleiros.

Também tiveram recuos significativos as atividades de produtos alimentícios (-2,2%), minerais não metálicos (-3,5%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e óticos (-6,0%) e farmacêutica (-3,9%). No sentido contrário, a alta de 1,3% na produção de veículos em novembro ante outubro foi destaque, segundo o IBGE. Em seguida veio a atividade de metalurgia, que melhorou 1,4% na passagem do mês. A produção de bebidas também subiu 1,4% no período.

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