O estouro do teto da meta de inflação em 2015 está relacionado com o reajuste dos preços administrados, como a energia elétrica, e a desvalorização do real em relação ao dólar A justificativa está em carta aberta divulgada pelo Banco Central nesta sexta-feira (8), ao ministro da Fazenda, Nelson Barbosa.
A meta de inflação é de 4,5%, com tolerância de dois pontos porcentuais para cima ou para baixo. Pela primeira vez, a carta é divulgada no mesmo dia em que os números da inflação são conhecidos - o IPCA de 2015 ficou em 10,67%. Por lei, toda vez que o IPCA rompe a banda de tolerância da meta de inflação, o presidente da autoridade monetária é obrigado a prestar explicações.
De acordo com o BC, os administrados responderam por 4,91 pontos porcentuais do IPCA e os preços livres, por 2,97 pontos. No documento, o BC ainda cita que o último semestre do ano também foi impactado por novos reajustes dos preços administrados.
Já o câmbio representou 1,57 ponto porcentual da inflação do ano passado e, de acordo com o BC, aumentou significativamente no último trimestre de 2015, diante das incertezas com a economia.
A autoridade também pondera que a mudança da trajetória fiscal afetou as projeções para o IPCA.