Os juros longos sobem no início da sessão nesta quinta-feira (21) após o Comitê de Política Monetária (Copom) manter na noite de quarta a Selic estável em 14,25%, contrariando as expectativas do mercado. Analistas criticam a falha na comunicação do Banco Central, que nas últimas semanas vinha sinalizando com a possibilidade de aperto, e citam ainda a possibilidade de ingerência política na decisão.
Os juros longos avançam em meio à percepção de que a decisão de quarta pode levar a uma piora ainda maior nas perspectivas de inflação. Às 9h30, o DI para janeiro de 2021 projetava taxa de 16,88%, ante 16,80% no ajuste de quarta, enquanto o DI para janeiro de 2023 mostrava 16,87%, de 16,79%.
Já as taxas mais curtas caem, reduzindo prêmios, pois diminuiu bastante a possibilidade do Copom elevar os juros nas próximas reuniões. O DI para julho de 2016 indicava 14,430%, de 14,800%. E o vencimento para janeiro de 2017 marcava 14,76%, de 15,145%.
Na agenda do dia, os investidores devem acompanhar a divulgação dos dados de arrecadação em dezembro, que serão divulgados às 10 horas. As previsões dos analistas ouvidos pelo AE Projeções vão de R$ 105,156 bilhões a R$ 126,000 bilhões, com mediana de R$ 116,000 bilhões.
No exterior, os preços do petróleo seguem voláteis e impondo cautela em outros mercados. O banco central da China (PBoC) fez hoje a maior oferta de liquidez no sistema financeiro em quatro anos para atender a demanda antes do feriado do ano-novo lunar (na semana de 8 a 13 de fevereiro). Com isso, os analistas avaliam agora que diminuiu muito a chance de um novo corte nos compulsórios bancários no curto prazo.
O Banco do Japão, por sua vez, estaria para anunciar uma expansão do suas medidas de relaxamento quantitativo na próxima semana, segundo um assessor próximo ao primeiro-ministro Shinzo Abe. Por outro lado, o presidente do BC japonês, Haruhiko Kuroda, descartou recorrer a juros negativos.