Investimentos em novos shoppings e expansões vão somar R$ 14 bi, diz Abrasce

Ao todo, estão previstos para o ano a inauguração de 30 shoppings
Do Estadão Conteúdo
Publicado em 28/01/2016 às 11:19
Ao todo, estão previstos para o ano a inauguração de 30 shoppings Foto: Foto: Marcos Santos/ USP Imagens


Os investimentos em novos projetos do setor de shoppings, incluindo expansões e empreendimentos a inaugurar, devem totalizar R$ 14 bilhões em 2016, de acordo com estimativa da Associação Brasileiro de Shopping Centers (Abrasce). Ao todo, estão previstos para o ano a inauguração de 30 shoppings, embora a entidade admita que, na média histórica, há uma postergação anual de 30%.

O valor projetado para 2016 é maior que o volume investido de R$ 12,5 bilhões em 2015, quando foram abertos 18 novos empreendimentos.

A Abrasce trabalha com um cenário em 2016 de queda de 3% no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, enquanto a inflação deve atingir 7,0% e o dólar se direciona para R$ 4,30. A taxa de desemprego deve terminar o ano em 9,5%.

O presidente da Abrasce, Glauco Humai, afirmou que o pior da economia ainda não passou e o primeiro semestre deve ser bastante difícil, Por isso, ele acredita que os empreendimentos que podem "esticar" a inauguração devem ter a abertura adiada para o segundo semestre. Esse movimento deve gerar uma concentração de lançamentos no final do ano. Vale lembrar, no entanto, que a adiamento de um projeto tem um custo para as operadoras que cresce com o avanço das obras do empreendimento.

A expectativa da organização é de uma melhora nos seis meses finais de 2016, mas uma recuperação mais acentuada só deve acontecer no ano seguinte. "Todo mundo está na expectativa do que vai acontecer", afirmou o executivo, ao citar apreensão observada no setor em relação a cenário político.

O executivo também buscou minimizar preocupação sobre o efeito da retração econômica no ritmo atual de abertura de shoppings. Para efeito de comparação, em 2014, as inaugurações somaram cerca de 25 e caíram para 18 no ano seguinte. Para Glauco Humai, os projetos que estão sendo abertos agora foram iniciados há alguns anos, quando o momento econômico era positivo. Entre os fatores de postergação, o executivo citou problemas com legislação, aprovações e mão de obra. "A situação econômica é apenas um dos fatores para a tomada de decisão", acrescentou.

O efeito da atual deterioração econômica deve ser sentido em inaugurações de 2018 em diante, pois tratam de projetos que estão em estudo hoje, explicou o executivo. Além das novos shoppings, a entidade disse ainda que 16% do total de 538 shoppings no Brasil estão em expansão atualmente. Enquanto isso, dentre os 84% restantes, cerca de 29% pretendem expandir no futuro.

A Abrasce estima que a vacância média do setor encerre o ano de 2016 em 4,5%, patamar maior que o de 4,1% no final de 2015 e de 2,8% em 2014. Apesar da alta, ele disse que o número ainda mostra a resiliência do setor e definiu o resultado como saudável.

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