Em um dia de turbulência no mercado financeiro, a moeda norte-americana aproximou-se de R$ 4, e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou o dia com forte queda. O dólar comercial fechou esta quinta-feira (11) vendido a R$ 3,984, com alta de R$ 0,048 (1,23%). O Ibovespa, índice da Bolsa de São Paulo, caiu 2,56%, encerrando aos 39.345 pontos.
Com a alta de hoje, o dólar volta a acumular alta em 2016, tendo subido 0,9% no ano. A divisa operou em alta durante todo o horário de negociação e encerrou na máxima do dia.
O Ibovespa começou o dia operando em forte queda, e a tendência ampliou-se nas horas seguintes. Pela primeira vez desde o último dia 3, o índice voltou a fechar abaixo de 40 mil pontos, aproximando-se dos níveis registrados em março de 2009, no auge da crise econômica provocada pelo colapso do crédito imobiliário nos Estados Unidos.
As ações da Petrobras, as mais negociadas, também tiveram forte queda. Os papéis ordinários, que dão direito a voto em assembleia de acionistas, caíram 2,78%, fechando em R$ 5,95. As ações preferenciais, que dão prioridade na distribuição de dividendos, recuaram 1,86%, sendo vendidas a R$ 4,23.
Nos últimos dias, as commodities (bens primários com cotação internacional) têm caído fortemente por causa de dados que mostram a desaceleração da economia chinesa. A cotação internacional do barril de petróleo, que tinha chegado a ficar acima de US$ 30 na semana passada, fechou em torno de US$ 28.
Os mercados da Ásia não operaram hoje por causa do feriado do Ano-Novo chinês, mas as bolsas norte-americanas e europeias despencaram com a queda generalizada dos preços das commodities e das ações de bancos internacionais e com a redução do número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos. O bom desempenho do mercado de trabalho nos Estados Unidos pressiona o Federal Reserve (Banco Central do país) a não adiar o aumento dos juros da maior economia do planeta.
A retração da China, a segunda maior economia do planeta, prejudica países exportadores de commodities, como o Brasil, porque reduz a demanda global por matérias-primas e produtos agrícolas. Com as exportações mais baratas, menos dólares entram no mercado brasileiro, empurrando para cima a cotação da moeda norte-americana.