Juros futuros recuam com melhora do apetite por risco global

O cenário interno foi de poucas notícias, o que acabou por aumentar a força da influência internacional
Do Estadão Conteúdo
Publicado em 12/02/2016 às 17:35
O cenário interno foi de poucas notícias, o que acabou por aumentar a força da influência internacional Foto: Foto: Marcos Santos/USP Imagens


As taxas de juros negociadas no mercado futuro fecharam em baixa nesta sexta-feira (12) diretamente influenciadas pela melhora do humor dos investidores internacionais. A forte alta dos preços do petróleo impulsionou as bolsas de valores pelo mundo todo e aumentou o apetite por risco em países emergentes. Com isso, houve maior participação de investidores estrangeiros no mercado brasileiro, embora o volume de negócios tenha sido considerado baixo.

O cenário interno foi de poucas notícias, o que acabou por aumentar a força da influência internacional. Pela manhã, a Fundação Getúlio Vargas divulgou que o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) subiu 1,23% na primeira prévia de fevereiro, ante avanço de 0,41% na primeira prévia do mesmo índice em janeiro. No sentido inverso, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação da cidade de São Paulo, registrou alta de 1,34% na primeira quadrissemana de fevereiro, mostrando ligeira desaceleração frente 1,37% da medição de janeiro, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Os números de inflação não chegaram a fazer preço no mercado futuro de juros, que, no entanto, continuou a repercutir negativamente o adiamento do anúncio do contingenciamento de gastos do governo. O anúncio era para ter sido feito hoje, mas foi adiado para março, em decisão informada ontem pelo governo.

Ao final dos negócios do período regular na BM&F, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em julho de 2016 fechou com taxa de 14,295%, ante 14,315% do ajuste de ontem. O vencimento de janeiro de 2017 terminou o dia projetando 14,420%, ante 14,475% do ajuste anterior. O DI para janeiro de 2018 ficou em 15,11%, ante 15,20% do ajuste de quinta-feira. Na ponta mais longa da curva, o DI para janeiro de 2021 ficou com taxa de 16,06%, ante 16,12%. 

O Ministério da Fazenda confirmou nesta tarde o nome de Otávio Ladeira como secretário do Tesouro Nacional, conforme antecipou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado Ladeira é funcionário de carreira do Tesouro, e ocupava o cargo interinamente desde dezembro de 2015. Segundo a Fazenda, Ladeira é o primeiro secretário efetivo oriundo da carreira de Finanças e Controle, criada em 1989.

A nomeação de Ladeira foi bem vista pelo economistas. A economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif, diz ter visto com bons olhos a confirmação do nome do economista. "O Otávio é um funcionário público que honra a camisa que veste. Ele é sério, honesto e está há muito tempo no governo. Conhece a máquina pública. Gosto muito dele. Sempre que vou a Brasília procuro me encontrar com ele", disse Zeina. 

No cenário político, a principal notícia foi a da viagem da presidente Dilma Rousseff a São Paulo, onde se encontrará logo mais com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Essa será a primeira vez que Dilma se encontra com Lula depois da série de denúncias envolvendo o ex-presidente. Conforme reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" de hoje, PT e Palácio do Planalto aguardam uma resposta de Lula sobre o sítio usado por ele em Atibaia, alvo de inquérito da Operação Lava Jato, para traçar uma estratégia de defesa do petista.

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