O número de empresas negativadas no Brasil cresceu 11,08% em março, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo o Indicador de Inadimplência de Pessoas Jurídicas do SPC Brasil. O resultado foi impulsionado principalmente pela expansão de 16,64% na taxa de inadimplência da região Nordeste. Os números não consideram o Sudeste, em função de lei estadual que vigora em São Paulo e dificulta a negativação de pessoas físicas e jurídicas no estado.
De acordo com o SPC Brasil, merece destaque no Nordeste o aumento da inadimplência no setor de Serviços, que engloba os bancos e financeiras. Nesse caso, a taxa chegou a 21,21%, acima das marcas registradas na Indústria (20,78%) e no Comércio (20,45%). Na Agricultura a expansão foi de 48,99% na mesma base comparativa, de acordo com levantamento elaborado pelo SPC Brasil em parceria com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
O setor de Serviços, em geral, apresentou resultado negativo em todo o País durante o mês passado. O Indicador de Inadimplência de Pessoas Jurídicas para o setor de Serviços ficou em 16,75% no Centro-Oeste, 14,41% na região Norte e 13,39% no Sul.
Na sequência, em todas as regiões analisadas, aparece o setor de Comércio entre aqueles com maior taxa de inadimplência. "O agravamento da crise fez cair o consumo das famílias, consequentemente afetando o faturamento das empresas e sua capacidade de honrar os compromissos, especialmente com os bancos - principal fonte de empréstimos para as pessoas jurídicas", destacou em nota o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.
Quando considerado o total de dívidas em atraso, englobando os segmentos de Serviços, Indústria, Comércio, Agricultura e Outros setores, o Nordeste volta a se destacar negativamente, com uma expansão de 19,88% na comparação entre março de 2016 e o mesmo mês do ano anterior. Nacionalmente, o número de dívidas cresceu 12,98%.