O dólar fechou em queda frente ao real nesta quarta-feira (5) com apetite por risco no exterior e otimismo doméstico com aprovação de medidas de ajuste fiscal. No segmento à vista, o dólar encerrou em baixa de 1,10%, aos R$ 3,2194. De acordo com dados registrados na clearing da BM&F Bovespa, o volume de negócios somou US$ 931,839 milhões. No segmento futuro, o contrato de dólar para novembro caiu 1,22%, aos R$ 3,2450, com giro de US$ 13,053 bilhões.
O apoio parlamentar recebido pelo governo de Michel Temer em dois de seus frontes econômicos - a PEC do Teto de Gastos e o projeto de repatriação - intensificou a queda do dólar frente ao real durante o período vespertino. O avanço das medidas no Congresso já era aguardado pelos profissionais de câmbio, mas os sinais de uma tramitação mais tranquila no Legislativo elevaram o otimismo dos agentes financeiros sobre o ajuste das contas públicas.
As novidades do âmbito político intensificaram o recuo do dólar visto desde cedo, quando a divisa norte-americana foi pressionada por números abaixo do esperado do mercado de trabalho dos Estados Unidos. O setor privado dos Estados Unidos gerou 154 mil empregos em setembro, de acordo com relatório da ADP. Os números ficaram aquém das 175 mil vagas em agosto e a previsão de 173 mil novos postos.
Para os próximos dias, o mercado acompanhará votação da PEC em comissão especial da Câmara, na quinta-feira, e o relatório de empregos dos EUA, com números do setor público (payroll), na sexta. A semana conta ainda com o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro. O indicador, que pode fornecer mais informações para a discussão de um afrouxamento da Selic, também será conhecido na sexta-feira.