'Governo Trump terá efeito indireto no Brasil', diz Parente

Economistas acreditam que política fiscal prometida por Trump deverá levar ao aumento dos juros nos EUA, o que reduzirá probabilidade de redução no Brasil
Estadão Conteúdo
Publicado em 17/11/2016 às 10:16
Economistas acreditam que política fiscal prometida por Trump deverá levar ao aumento dos juros nos EUA, o que reduzirá probabilidade de redução no Brasil Foto: Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil


As políticas que serão implementadas pelo governo Donald Trump nos EUA deverão ter impacto indireto sobre o Brasil, na medida em que afetem a economia mundial como um todo, avaliou nesta quarta-feira (16), o presidente da Petrobras, Pedro Parente, em Washington. "Estamos em uma situação diferente da de outros países e vocês sabem de quais estou falando. Entendo por que eles estão preocupados."

O principal alvo da retórica de Trump na região é o México, acusado de roubar empregos dos americanos e estimular a entrada de criminosos nos EUA. O presidente eleito prometeu rever o tratado de livre comércio que une EUA, México e Canadá e construir um muro na fronteira com seu vizinho do sul.

Parente observou que o Brasil não possui tratados do tipo com os EUA. Além disso, o País registra déficit na balança comercial bilateral. O México e a China - outro alvo da retórica de Trump - têm superávit nas transações com os EUA e enfrentam a ameaça de imposição de tarifas sobre a venda de seus produtos no mercado americano. 

Economistas brasileiros acreditam que a política fiscal expansionista prometida por Trump deverá levar ao aumento dos juros nos EUA, o que reduzirá a probabilidade de redução da taxa no Brasil, com efeitos negativos sobre o PIB.

Economia global

A economia global sofrerá os efeitos da incerteza gerada pela vitória de Trump. "Existe alguém aqui nesta sala que sabe a resposta?", perguntou Parente, em palestra no Brazil Institute do Wilson Center, quando questionado sobre o impacto da transição política nos EUA sobre a economia brasileira e a Petrobras. 

Ele afirmou não ter como avaliar o efeito sobre o preço do petróleo das promessas de Trump de reduzir as regulações do setor para ampliar a produção - a expansão da oferta pode reduzir a já baixa cotação da commodity. Segundo Parente, a projeção da Petrobras é que o preço do barril fique entre US$ 45 e US$ 65 nos próximos cinco anos, podendo chegar a US$ 70 no fim desse período. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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