CNI: Índice de produção da indústria em outubro mantém ritmo de queda

O índice de compras de matérias-primas recuou 2,2 pontos, para 47,5 pontos
Estadão Conteúdo
Publicado em 21/11/2016 às 15:51
O índice de compras de matérias-primas recuou 2,2 pontos, para 47,5 pontos Foto: Foto: Dênio Simões/ Agência Brasília


A indústria brasileira continua tendo dificuldades para retomar sua atividade e, em outubro, seguiu o mesmo ritmo de queda registrado em setembro. Segundo a Sondagem Industrial divulgada nesta segunda-feira (21) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o índice de evolução da produção ficou em 45,8 pontos no mês passado, mesmo índice observado no mês anterior. Pela metodologia da pesquisa, números abaixo de 50 indicam retração da atividade.


Segundo a CNI, a produção industrial costuma crescer nos meses de outubro, mas neste ano a tendência não se confirmou. "A produção industrial, que costuma crescer em outubro, manteve o mesmo ritmo de queda do mês anterior e segue muito baixa, provocando elevada ociosidade no setor", diz a pesquisa. 

O indicador da evolução do número de empregados também recuou em outubro, ficando em 45,8 pontos, assim como a utilização média da capacidade instalada (UCI), que vinha estável em 66% nos meses de agosto e setembro, mas caiu 1,0 ponto porcentual, para 65%, em outubro. Esse índice se torna ainda pior quando comparado com os anos de 2011 e 2013, cuja queda representa 10 pontos porcentuais. 

O levantamento mostra ainda que os estoques estão dentro do planejado pelos empresários. O indicador de estoque efetivo em relação ao planejado ficou em 50,6 pontos, próximo da linha divisória dos 50 pontos.

Perspectivas 

Quanto aos próximos seis meses, o otimismo do empresariado não aumentou. O estudo mostra que os indicadores de expectativa para a demanda, compra de matérias-primas, exportações e número de empregados ficaram abaixo dos 50 pontos em novembro. "Os empresários reavaliaram suas expectativas em novembro. Após acomodação em outubro, todos os índices de expectativa recuaram na passagem para novembro", cita a pesquisa.

O índice de expectativa da demanda recuou de 52,3 pontos para 49,9 pontos, praticamente na linha divisória de 50 pontos. "Ou seja, os empresários, que estavam levemente otimistas com relação à demanda para os próximos seis meses, agora esperam manutenção da demanda por seus produtos".

O índice de expectativa da quantidade exportada recuou 1,2 ponto, de 50,8 pontos para 49,6 pontos. "Apesar da queda, o índice se manteve em torno da linha divisória, o que denota expectativa de estabilidade", pondera o estudo. O índice de compras de matérias-primas recuou 2,2 pontos, para 47,5 pontos, e o índice de expectativa de número de empregados recuou 0,6 ponto, para 45,4 pontos. 

Investimentos 


Segundo a CNI, sem perspectivas de recuperação no curto prazo, os industriais estão pouco dispostos a fazer investimentos. O índice de intenção de investimentos ficou em 43,9 pontos em novembro. Embora registre um crescimento de 3,1 pontos em relação a outubro de 2015, o valor está 3,7 pontos inferior à média histórica que é de 47,6 pontos. 

Esta edição da Sondagem Industrial consultou 2.371 empresas entre os dias 1º e 11 de novembro.

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