Confira as melhores opções de investimentos para 2017

Tesouro direto, bolsa de valores ou poupança? Especialistas avaliam cenário
JC Online
Publicado em 08/01/2017 às 7:33
Tesouro direto, bolsa de valores ou poupança? Especialistas avaliam cenário Foto: Foto: Marcos Santos/USP


Os especialistas concordam que 2017 será um ano difícil, mas vislumbram o início da retomada da economia no segundo semestre. Segundo o Boletim Focus, que reúne dados de mais de 100 instituições financeiras, a taxa Selic vai cair de 13,75% (valor atual) para 10,25%. A inflação deve ser controlada e ficar em 4,87 %. Os dados sugerem que alguns tipos de investimentos serão valorizados pelo cenário econômico, como a bolsa de valores e as aplicações em rendas fixas.

Em 2016, a Ibovespa, o principal índice de ações da bolsa de valores, garantiu o retorno de 38,94% aos investidores. A aposta é que o bom momento deve continuar, por causa do crescimento da confiança dos empresários. 

“A queda na taxa está associada ao aumento da confiança nas políticas do governo. Quando o ambiente de negócios é favorecido, a economia se aquece. As empresas vão ter uma performance mais agressiva, que no fim vão se valorizar e realizar maior distribuição de dividendos”, explica o educador financeiro e diretor da Dsop Educação Financeira no Recife, Arthur Lemos.

Aplicações em renda variável podem resultar em maior retorno, mas é preciso ter muito conhecimento antes de investir, porque é um mercado muito instável.

Entre os investimentos mais seguros, estão os de renda fixa, que incluem Tesouro Direito, CDBs e Letras de Crédito Agrícolas (LCA) e as Letras de Crédito Imobiliário (LCI). Esses títulos, geralmente, estão atrelados à Taxa Selic ou a outros índices, como o IPCA, que mede a inflação, ou o CDI, que acompanha a taxa básica de juros. Mesmo com a previsão de queda desses índices em 2017, os produtos ainda são indicados. “Os números da taxa Selic vão continuar muito altos. Além disso, com a queda da inflação, podemos ter um ganho real positivo maior”, comenta Arthur Lemos. Ele orienta os investidores a apostar em títulos de longo prazo, com rentabilidade acima da inflação de 6,5%.

Essa é a estratégia adotada pela empresária Ana Isabel. Ela aposta em CDB há 6 anos. “O primeiro prazo foi de 3 anos e eu renovei por mais 3 anos. Pretendo resgatar no fim de 2017 ou fazer uma renovação. Eu coloquei mecanismos de bloqueio para não mexer, ajudou muito”, comenta.

Na outra ponta, está a poupança, que não teve alta rentabilidade em 2016. Os saques superaram os depósito em R$ 40,701 bilhões, a segunda maior saída em 21 anos. O ganho da caderneta foi de apenas 8,3% no ano passado. O diretor de Economia da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Roberto Vertamatti, acredita que a queda da taxa básica de juros vai se refletir na poupança. “Com a queda da inflação e da taxa de juros, pode haver um ganho real um pouco acima da inflação. Deixar pouco dinheiro na poupança vale à pena, mas é importante diversificar os investimentos”, afirma. 

PREVIDÊNCIA

Balanço da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais mostra que os fundos de previdência representam a maior parte do ingresso de recursos em 2016, com valor recorde de R$ 48,2 bilhões. Em seguida, vem a renda fixa, com R$ 45,9 bilhões.

PLANEJAMENTO

Após um ano economicamente turbulento para as famílias brasileiras, a recomendação dos especialistas é aproveitar o início de 2017 para organizar as finanças. Com muitas contas a pagar e o poder de compra reduzido, o brasileiro vai continuar a se desdobrar para ter um orçamento mais folgado. 

O primeiro passo é identificar as despesas e as receitas. Depois, é importante guardar um determinado valor para criar reservas. “A dica é estabelecer metas e priorizar a poupança no orçamento. Depois que retirar o valor da reserva e o valor das despesas, a pessoa pode saber melhor quanto vai gastar ao longo do mês”, afirma o educador financeiro e diretor da Dsop Recife, Arthur Lemos.

Conhecer o orçamento é importante até para decidir sobre o pagamento integral de impostos no início do ano, como IPTU e IPVA. Recife está dando desconto de 10% e Jaboatão dos Guararapes e Olinda de 30% no IPTU para quem pagar a cota única, por exemplo. Já no IPVA, o valor do abatimento é de 7%. “Não adianta se endividar para pagar as contas. Será vantajoso optar pela cota única se houver condições”, orienta Arthur Lemos.

O educador financeiro do portal Meu Bolso Feliz, ligado ao SPC Brasil, José Vignoli, afirma que é preciso analisar a forma como se usa o cartão de crédito. “É preciso rever a forma de consumir, verificar se está fazendo muitos parcelamentos e qual o peso disso no orçamento”, afirma o educador. Sobre a medida do governo Michel Temer, que determina a transferência automática do rotativo para o parcelamento após 30 dias, ele reforça que é importante ter controle sobre o cartão. “O parcelamento ainda é uma modalidade caríssima de crédito”, diz.

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