O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, negou que a proposta inicial da reforma da Previdência tenha sido formulada com "gordura" e disse que as medidas propostas "estão dentro de uma margem razoável em qualquer projeto de negociação". "Não é questão de cortar gordura, mas margem de negociação, que possa levar ao cumprimento dos objetivos", afirmou, durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto.
Meirelles disse ainda que, "de fato", existem no Congresso algumas propostas de mudanças bastante fortes que "levariam ao extremo" e fariam com que os efeitos da reforma fossem muito postergados. "Umas das coisas que tomamos cuidado ao analisar, são duas coisas: de um lado o impacto social das medidas e de outro lado impacto fiscal", comentou.
O ministro afirmou que não será preciso medidas compensatórias já que as mudanças previstas na reforma estão dentro do razoável "Não há necessidade, no momento, de grandes medidas compensatórias", reforçou.
Questionado sobre a pressão da bancada feminina para que haja uma diferenciação da idade mínima para homens e mulheres, Meirelles disse que "não há, no momento, incorporado na proposta mudança de idade mínima para aposentadoria de mulher e homens". Apesar disso, ele destacou que nas regras de transição há uma diferenciação.
Pela proposta inicial a regra de transição afetaria mulheres a partir dos 45 anos e homens a partir dos 50. Segundo Meirelles, essa diferença seria mantida por "um longo período". "Nas discussões que estão sendo feitas para o período de transição, todas as mudanças são passíveis de acontecer", disse, destacando que o objetivo é chegar a uma idade mínima igual daqui há 20 anos, "de acordo com os padrões internacionais".
Meirelles comentou durante a coletiva a importância de o governo conseguir derrubar a liminar que proibia a veiculação de propagandas da reforma da previdência e disse que elas deverão ser retomadas a partir de segunda-feira.
Na quinta-feira, o presidente Michel Temer gravou um vídeo para as redes sociais em defesa da reforma da Previdência. Na quarta-feira, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, derrubou a liminar pedida pelo Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no Rio Grande do Sul (Sintrajufe) atendendo recurso da Advocacia-Geral da União (AGU) A liminar havia retirado do ar toda a publicidade do governo sobre o tema, seja em rádio, televisão, jornal e internet.