O mercado de câmbio foi vendedor nesta quarta-feira (31) e manteve o dólar em baixa desde a abertura, minimizando as indefinições do cenário político nacional. Um conjunto de fatores teria contribuído para o movimento, como a influência internacional, o ingresso de recursos externos e, ainda, a desmontagem parcial de posições compradas. No radar ainda estiveram as apostas para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que levaram os juros dos DIs a fecharem nas mínimas do dia.
O mercado iniciou o dia sob as pressões em torno da Ptax de encerramento do mês, cotação de referência para liquidação dos contrato de câmbio futuro. A pressão dos "vendidos" levou a Ptax a fechar em R$ 3,2437 (-0,68%). Passado o período de formação da Ptax, a queda do dólar se desacelerou pontualmente nos mercados à vista e futuro, mas voltou a ganhar fôlego pouco tempo depois. Nos últimos minutos de negociação, o dólar à vista no balcão voltou a renovar mínimas e fechou em baixa de 0,82%, aos R$ 3,2329.
Apesar da queda das cotações, analistas não esconderam a preocupação com o cenário político, levando em consideração a possibilidade de novas delações, em meio às dificuldades do presidente Michel Temer em reagrupar o apoio parlamentar para avançar nas reformas estruturais. Na posse do novo ministro da Justiça, Torquato Jardim, Temer afirmou que o País vive hoje "momentos de grandes conflitos constitucionais".
"De fato há muita coisa negativa no cenário doméstico, e a sensação que se tem é que o mercado de câmbio está desvinculado dele", disse Marcos Trabbold, gerente de operações da B&T Corretora. "Mas os bancos vêm carregando posições compradas que acabam sendo reduzidas. Do lado do fluxo, também tivemos mais entradas do que saídas. E, por fim, também sempre há alguma especulação", completou.
Além de Trabbold, outros profissionais do mercado apontaram o ingresso de recursos como justificativa para uma queda que não estava nas previsões para o dia. Além dos ingressos oriundos do comércio exterior, profissionais apontaram entradas pela via financeira, com os recursos sendo destinados à montagem de posições na renda fixa, pouco antes de o Comitê de Política Monetária (Copom) decidir sobre o tamanho do corte na taxa Selic