Taxa de juros tende a permanecer baixa, diz Ilan

De acordo com o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, a tendência é que isso ocorra em decorrência do cenário atual de inflação baixa
Estadão Conteúdo
Publicado em 05/03/2018 às 10:41
De acordo com o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, a tendência é que isso ocorra em decorrência do cenário atual de inflação baixa Foto: Foto: Pixabay/Reprodução


O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, disse nesta segunda-feira (5), que a taxa de juros no Brasil tende a permanecer baixa, considerando a continuidade do cenário atual de inflação baixa. Citando a queda da Selic de 14,25% ao ano para os atuais 6,75% ao ano, acrescentou que o cidadão ainda não percebeu o impacto da redução na ponta porque as taxas de mercado, embora em diminuição, seguem ainda muito elevadas.

"O cidadão não percebe a queda de juros porque as taxas são altas e precisam cair mais", disse o presidente do BC em entrevista à Rádio CBN.

Ilan afirmou, no entanto, que o BC está tomando medidas para reduzir a taxa de juros no mercado. Ele citou como exemplos as medidas que a autarquia vem adotando com relação aos juros incidentes sobre a utilização do crédito rotativo do cartão de crédito e a implantação do Cadastro Positivo. "Estamos tomando medidas para a queda dos juros na ponta", afirmou o presidente do BC, para quem se taxa básica permanecer baixa e as incertezas em relação à economia continuarem a cair, as taxas de juros deverão diminuir na ponta.

CVM

Questionado sobre se a redução da Selic não vai afetar as taxas de administração dos fundos, o presidente do BC disse que o tema é da alçada da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), mas fez considerações gerais. "Eu acredito que se o Brasil for conviver com taxas como está hoje, de 6,75% por muito tempo, vamos ter quase que uma revolução no sistema financeiro. Nós nunca convivemos com taxas tão baixas no Brasil. Sempre foram dois dígitos", destacou, acrescentando que se o Brasil ficar por muito tempo com taxas menores, tudo vai ser revisto.

"As taxas bancárias, as taxas de administração dos fundos... tudo isso vai ter que ser revisto. O que nós podemos fazer com as medidas que eu comentei é acelerar estas mudanças. Em vez de demorar alguns anos, podemos tentar que demore um ano, um ano e meio", disse.

Para Ilan, se a inflação for mantida no atual patamar, em baixa, não há dívida de que muda tudo no sistema financeiro.

TAGS
taxa de juros baixa Banco Central
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory