Chesf volta a ter lucro operacional

Resultado, sem considerar indenizações, foi de R$ 93 milhões no primeiro semestre deste ano
Da editoria de economia
Publicado em 17/08/2018 às 6:39
Resultado, sem considerar indenizações, foi de R$ 93 milhões no primeiro semestre deste ano Foto: Foto: Bobby Fabisak/ JC Imagem


Depois de encerrar o ano de 2017 apenas com lucro contábil, a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) voltou a apresentar lucro operacional, calculado em R$ 93 milhões durante o primeiro semestre deste ano. No resultado do ano anterior – de R$ 1,044 bilhão –, a empresa mantinha suas contas no azul apenas quando era levada em consideração uma indenização paga pelo governo federal. Mas, ao considerar o exercício de suas funções propriamente ditas, o resultado ficava no vermelho. Ao reverter esse quadro nos primeiros seis meses de 2018, a companhia começa a apresentar os resultados de um plano administrativo para colocar seu orçamento novamente em ordem em meio às discussões sobre privatização.

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Considerando os valores a receber do governo federal, o lucro contábil da empresa no acumulado de janeiro a junho deste ano foi de R$ 380 milhões. Esses recursos vêm de uma indenização que as empresas do setor elétrico têm direito em decorrência dos prejuízos provocados pela publicação de uma Medida Provisória ainda no governo Dilma Rousseff que forçou a uma redução de 20% no valor da tarifa de energia. A decisão pesou fortemente sobre a receita das empresas.

Um dos impactos positivos para o resultado deste ano foi a redução de gastos em consequência do plano voluntário de desligamento de pessoal, que gerou uma economia de quase R$ 200 milhões no período, resultado de uma redução real de cerca de 27% das despesas administrativas da empresa. “Desde 2012 a companhia vem tomando medidas parar se tornar mais lucrativa. Esse já é o terceiro plano de demissões desde então e, com isso, buscamos ter um custo cada vez mais compatível com nossa receita”, afirma o superintendente de Contabilidade da Chesf, Fernando Antônio Cavalcanti Teixeira.

Outro dado positivo da primeira metade deste ano foi o aumento da receita com transmissão: passou de R$ 1,49 bilhão no primeiro semestre de 2017 para R$ 1,63 bilhão, um crescimento de 9,4%. O aumento é fruto da entrada em operação de investimentos feitos anteriormente, que devem ter continuidade. “O nosso plano de investimentos para 2018 está muito focado em transmissão, orçado em torno de R$ 1 bilhão”, afirmou o diretor de operação da Chesf, João Franklin Neto, em entrevista dada à reportagem especial Nordeste Renovável, publicada no início deste mês.

DESESTATIZAÇÃO

Os resultados para o semestre foram divulgados na quinta-feira (16) pela companhia, um dia após a publicação do balanço trimestral da Eletrobras, estatal da qual a Chesf é subsidiária. A desestatização de ativos da controladora (que poderia incluir algumas de suas companhias, como a Chesf) vem sendo discutida desde meados do ano passado. Entre as justificativas dadas pelo governo para a venda, estavam justamente os resultados financeiros das empresas.

Enquanto o imbróglio da privatização não chega ao fim, as companhias tentam melhorar seus resultados. No último semestre, por exemplo, um dos principais indicadores que mostram se uma empresa é atrativa para o mercado, o retorno sobre o patrimônio líquido, ainda não é o ideal no caso da Chesf. “Com essa avaliação basicamente comparamos se, para um acionista, seria mais interessante aplicar o dinheiro na empresa ou no mercado. A Chesf alcançou um retorno de 2,74%, número que ainda não é o ideal, já que está abaixo dos 3,5% médios do mercado. Mas, por outro lado, está mais próximo a esse percentual que antes”, analisa o sócio-diretor da consultoria JBG & Calado, José Emílio Calado.

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