A modernização dos sistemas de geração e transmissão devem orientar a maior parte dos mais de R$ 1,09 bilhão em investimentos previstos pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) para o ano de 2019. Com perspectiva de encerrar este ano com um balanço equilibrado, a partir de janeiro os esforços se concentram na expansão das linhas de transmissão, no programa de modernização das usinas hidrelétricas e nas pesquisas de geração de energia solar conduzidas pelo Centro de Referência em Energia Solar de Petrolina (Cresp).
Atualmente com 20 mil quilômetros de linhas de transmissão e 140 subestações espalhadas pelo Nordeste, a Chesf contará com R$ 700 milhões exclusivamente para ampliação da infraestrutura de transmissão. O valor será distribuído entre 26 novos empreendimentos.
O segundo maior montante em investimentos para o próximo ano são os R$ 300 milhões reservados a um plano de modernização de usinas hidrelétricas. “Temos usinas com a idade da Chesf (70 anos). Com a mudança que houve na regulamentação, garantiu-se uma receita específica para a modernização dessas estruturas, o que é uma excelente oportunidade para a companhia, porque vai ao encontro do nosso plano de melhorar a eficiência e qualidade na geração e transmissão”, explica João Henrique Franklin, diretor de Operações da companhia.
Ainda dentro das previsões de investimentos ao longo do próximo ano, estão os dois novos empreendimentos de geração localizados na cidade de Casa Nova, na Bahia, próximo a Sobradinho. Cada circuito tem capacidade instalada de 27 MW e o primeiro projeto sozinho, Casa Nova A, está orçado em R$ 50 milhões. Em Sobradinho, está prevista a expansão do projeto das placas de geração de energia solar flutuantes, que entrou em operação este ano. Serão acrescentados 4 MW de capacidade instalada ao sistema, que já conta com mais de sete mil módulos fotovoltaicos, cobrindo uma área de 10 mil metros quadrados com capacidade instalada de gerar 1 MW.
Além dos investimentos, o próximo ano também deve trazer contas mais leves para a companhia, que conclui em dezembro o pagamento de sua dívida junto à sua controladora, a Eletrobras, através de transferências de participações acionárias em empreendimentos de geração. Além disso, a expectativa é que a redução do quadro de funcionários através do programa de demissão voluntária, que só este ano desligou 430 pessoas, ajude a equilibrar as contas. “A empresa vai ficando cada vez mais rentável. Estamos fazendo um esforço para redução de custos com nossas operações e vamos encerrar 2018 em situação de equilíbrio”, garante o diretor presidente da Chesf, Fábio Lopes Alves.
As perspectivas para o próximo ano foram anunciadas ontem à imprensa durante a realização do seminário Perspectivas da Energia no Brasil, em comemoração aos 70 anos da Chesf. Participaram do evento, além da diretoria da companhia, os palestrantes Mário Veiga (consultor especial do Ministério de Minas e Energia), Reive Barros (presidente da Empresa de Pesquisa Energética), Francisco Arteiro (diretor de planejamento do Operador Nacional de Sistemas) e Sandoval Feitosa (diretor da Aneel).