A gasolina e os remédios foram os vilões da inflação de abril, conforme medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Os preços dos alimentos também pesaram, mas em magnitude inferior ao peso visto na leitura de março do indicador. O IPCA de abril teve alta de 0,57%, ante um avanço de 0,75% em março, informou mais cedo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entre os grupos, o de Saúde e Cuidados pessoais teve o maior impacto de alta, contribuindo com 0,18 ponto porcentual (p.p.) após avançar 1,51% no IPCA de abril.
O destaque foi o grupamento "remédios" (2,25%), refletindo o reajuste anual, em vigor desde 31 de março, com teto de 4,33%, segundo o IBGE.
Segundo Fernando Gonçalves, da Gerência de Sistema Nacional de Índices de Preços (SNIPC) do IBGE, os remédios tiveram o terceiro maior impacto individual no IPCA de abril.
O primeiro impacto individual ficou com a gasolina, que avançou 2,66% em abril. Com isso, o grupo Transportes subiu 0,94% no IPCA de abril, com impacto de alta de 0,17 ponto porcentual. Apesar disso, houve desaceleração ante março, quando o grupo subiu 1,44%.
O grupo Alimentação e Bebidas contribuiu com 0,16 ponto porcentual no IPCA de abril, ao subir 0,63%. Apesar do peso, a variação ficou abaixo da metade da registrada no IPCA de março (1,37%).
A desaceleração foi puxada pelos alimentos no domicílio, que saíram da alta de 2,07% no IPCA de março para elevação de 0,62% na leitura de abril. O IBGE destacou as quedas de preços no feijão carioca (-9,09%) e nas frutas (-0,71%).
Por outro lado, ainda houve pressão do tomate (28,64%), segundo maior impacto individual no IPCA de abril, do frango inteiro (3,32%), da cebola (8,62%) e das carnes (0,46%). A alimentação fora foi de uma alta de 0,10% em março para 0,64% em abril.