Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que 76,4% das indústrias do país desenvolvem algum tipo de economia circular, modalidade que engloba ações que visam o aumento da vida útil de produtos e materiais a partir do uso mais eficiente de recursos naturais.
Os dados, divulgados nesta terça-feira (24), serão apresentados no Encontro Economia Circular e a Indústria do Futuro, na capital paulista.
Segundo o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, parte da indústria brasileira já tem adotado práticas como o reúso de água, a reciclagem de materiais e a logística reversa.
Ele vê, no entanto, que ainda há muito potencial a ser explorado no uso eficiente de recursos naturais.
“Esse é o caminho para a inserção do país na economia de baixo carbono. Para isso, é imprescindível que haja uma ação articulada entre iniciativa privada, governo, academia e sociedade no sentido de criar novas formas de produzir e consumir”, disse.
Economia circular, diferente do modelo tradicional – que envolve produção, consumo e descarte - defende um ciclo que contemple o compartilhamento, a manutenção, a reutilização, remanufatura e reciclagem de materiais e produtos.
De acordo com 75,9% dos entrevistados pela pesquisa, a razão para adotar a economia circular foi a redução de custos; já 47,3% disseram que foram motivados pela busca por maior eficiência operacional. Em seguida, aparece como razão a oportunidade de novos negócios (22,6%).
Segundo o estudo, 60% das indústrias entendem que as práticas de economia circular podem contribuir para a geração de empregos na própria empresa ou na cadeia produtiva do setor. No entanto, 73% consideram que a transição para a economia circular deve ser uma responsabilidade compartilhada entre governo, consumidores e iniciativa privada.
“No Brasil, para que lógica circular se realize será necessário maior investimento em educação e inovação. Em um primeiro momento, as empresas terão de investir, mas, em uma etapa seguinte, será possível diminuir custos operacionais por meio de processos mais eficientes e voltados para o reaproveitamento de resíduos e utilização de bens reciclados”, disse o presidente do Conselho de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Marcelo Thomé.
A pesquisa realizada pela CNI usou amostras de 1.261 empresas industriais escolhidas de forma aleatória.