O Banco Central avalia que a inadimplência do sistema bancário se mostra resistente e que, em função disso, as despesas de provisão não devem apresentar recuo. No trecho do Relatório de Estabilidade Financeira (REF) que fala sobre esse colchão que faz frente ao risco de calote, a autoridade monetária diz que não se espera uma redução da inadimplência.
"Ademais, como não se espera redução na inadimplência média do sistema bancário, o recuo nas despesas de provisão observado nos últimos semestres não deverá se repetir", destacou um trecho do documento. Apesar disso, o BC observa que nas simulações de estresse, o sistema bancário teria capacidade de suportar mudanças abruptas de inadimplência.
Na avaliação do diretor de Fiscalização do BC, Anthero de Moraes Meirelles, no entanto, a inadimplência continua comportada, mostrando estabilidade desde dezembro do ano passado. Admite que há risco de subir "um pouco", mas descarta a possibilidade de uma alta mais expressiva, como visto no passado.
"Pode ser que inadimplência cresça um pouco agora, mas certamente não teremos um ciclo de crescimento mais significativo", disse. Segundo ele, o nível de provisionamento é satisfatório para fazer frente a créditos que possam ser baixados como prejuízo. "O sistema tem um índice de cobertura bastante satisfatório para provisões, em torno de 1,6", observou.