Chesf começa a cortar gastos

Companhia anunciou 33 medidas para se adequar à perda de receita com a redução de 20% nos preços da energia elétrica
Angela Belfort
Publicado em 03/10/2012 às 8:30
Companhia anunciou 33 medidas para se adequar à perda de receita com a redução de 20% nos preços da energia elétrica Foto: NE10


Uma das maiores financiadoras de projetos culturais do Nordeste, a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) suspendeu ontem todos os patrocínios para 2013. O corte é apenas uma das 33 medidas tomadas pela estatal para se adequar à perda de receita provocada pela Medida Provisória 579, anunciada, no último dia 11, pela presidente Dilma Rousseff (PT), que vai deixar a energia elétrica, em média, 20% mais barata a partir de fevereiro do próximo ano. A empresa anunciou a suspensão da contratação de pessoal, de bufês para coffee break, da compra de bens e serviços, além da redução de viagens, diárias de hotel, participação dos funcionários em eventos, entre outros.

“É um freio geral em todos os gastos que podem ser eliminados”, afirmou o presidente da estatal, João Bosco Almeida. Os principais cortes ocorrerão na rubrica que prevê o custo de operação de pessoal, serviços de terceiros e compra de material que tem um custo estimado em R$ 1,4 bilhão em 2012.

Com relação aos patrocínios, Bosco afirmou que serão honrados todos os contratos assinados. “A nossa expectativa é de voltar a ter lucro em 2014 e aí voltaremos a patrocinar projetos”, explicou. No ano passado, a Chesf bancou R$ 16 milhões em iniciativas culturais. Este ano, os patrocínios ficarão em R$ 12 milhões.

As medidas também vão impactar as 39 pessoas que foram convocadas para o teste de aptidão física e outros procedimentos pré-admissionais. Eles fizeram o concurso de 2012 que previa preencher 69 cargos da estatal e foram os primeiros a serem chamados. A assessoria de imprensa da Chesf informou que o concurso não foi anulado e que as contratações vão ocorrer em um outro momento, depois que a Chesf reavaliar a sua estrutura.

A redução de custo está sendo feita porque várias estatais que produzem energia passarão a ter uma tarifa mais baixa para baratear a conta de luz dos brasileiros numa iniciativa do governo federal. Algumas dessas estatais (incluindo a Chesf) vão receber indenizações por parte dos seus ativos (patrimônio) que estavam com as concessões vencendo em 2015. Ainda de acordo com Bosco, os investimentos da Chesf serão mantidos com os recursos das indenizações pagas pela União. Cerca de 70% das receitas da Chesf são geradas por ativos (patrimônio) que tinham as suas concessões vencendo em 2015.

Com a MP, o governo estabeleceu que as empresas que aceitarem uma redução da tarifa terão as suas concessões prorrogadas por 30 anos. A Chesf aceitou porque pertence ao governo federal. O novo valor de venda da energia será definido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) entre os próximos dia 18 e 1º de novembro.

Leia mais na edição de hoje do caderno de Economia do Jornal do Commercio.

 

TAGS
Chesf energia elétrica CORTE Dilma
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory