A Câmara Federal vai realizar em Brasília no próximo dia 21, a partir das 10h, uma audiência pública para debater o caso das empresas de marketing multinível acusadas de serem pirâmides financeiras. O deputado pernambucano Sílvio Costa, um dos três parlamentares que apresentaram requerimentos solicitando o debate, diz que o objetivo é dar respostas a “centenas de milhares de brasileiros” atingidos na iminência de tomar um grande prejuízo, por terem investidos em empresas suspensas pela Justiça.
A ideia original dos deputados era discutir apenas os casos das empresas Telexfree, suspensa pela Justiça do Acre, e a BBom, paralisada pela Justiça de Goiás, ambas no epicentro das investigações de uma força-tarefa do Ministério Público Federal e dos Estados. Mas a lista de empresas convidadas cresceu e envolve a Multiclick, investigada pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte, e a famosa Herbalife, tradicional empresa de marketing multinível que não é alvo de qualquer investigação, porém mesmo assim foi convidada.
Sílvio Costa apresentou requerimento para realizar a audiência pública na Comissão de Defesa do Consumidor. Mas os parlamentares decidiram fazer o debate na Comissão de Desenvolvimento Econômico, por onde os deputados do Acre Perpétua Almeida e Gladson Cameli apresentaram requerimentos também a favor de uma audiência pública. A solução foi realizar um debate conjunto.
Além do convite feito aos representantes das empresas, também serão chamados representantes da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e do Supremo Tribunal Federal (STF), representando todo o Judiciário brasileiro.
“A ideia também é que ao final dos trabalhos nós façamos um relatório e também formemos uma comissão para visitar o Judiciário”, comenta o deputado Sílvio Costa.
O parlamentar pernambucano diz ter encontrado grandes dificuldades ao tentar contato com outras empresas, que prefere não citar, mas diz ter sentido muita segurança na postura do diretor de Marketing e sócio da Telexfree, Carlos Costa, que se colocou à disposição para contribuir com os trabalhos dos parlamentares.
PRIPLES - Até esta quinta (8), o casal à frente da Priples, Henrique Maciel Carmo Lima, 26 anos, e sua esposa Mirele Pacheco de Freitas, 22 anos, continuava preso, segundo os advogados de defesa de ambos. Os defensores estudam entrar com um habeas corpus para liberar a dupla, acusada também de ter montado um esquema de pirâmide financeira que movimentou R$ 107 milhões em quatro meses.