Proteja seu dinheiro da inflação e aproveite a alta de juros para fazer render

Poupança, mesmo com vantagens como liquidez e isenção de Imposto de Renda (IR), perde em rentabilidade para outros produtos de renda fixa
Leonardo Spinelli
Publicado em 09/11/2014 às 8:39
Poupança, mesmo com vantagens como liquidez e isenção de Imposto de Renda (IR), perde em rentabilidade para outros produtos de renda fixa Foto: NE10


Com inflação ainda persistente e o cenário de juros em alta moderada, a poupança, mesmo com vantagens como liquidez e isenção de Imposto de Renda (IR), perde em rentabilidade para outros produtos de renda fixa que também garantem baixo risco, garantia de crédito e até a mesma isenção de IR sobre a remuneração. A previsão do mercado é que o Banco Central mantenha, pelo menos, a atual taxa da Selic em 11,25% ao ano[TEXTO] em dezembro.

Para quem tem reservas, há outras opções de investimento com baixo risco que podem render bons lucros, tanto no curto prazo quanto no longo. Entre os principais produtos disponíveis no mercado que podem gerar melhores remunerações, os gestores de recursos recomendam aplicações em taxas pós-fixadas atreladas à Selic ou fundos DI dos bancos, além de títulos públicos ligados à variação do IPCA, neste caso para proteger o dinheiro guardado da inflação.

Dentro das opções, as Letras de Crédito Agrícolas (LCA) e Letras de Crédito Imobiliário (LCI) são apontadas como duas das melhores escolhas. São investimentos isentos de IR e podem pagar ao aplicador remunerações a partir de 90% do CDI, dependendo do banco emissor. No lápis, o rendimento pode pagar acima de 9,9% ao ano ao aplicador (os CDIs pagavam na sexta-feira 11,09% ao ano). Para se ter uma ideia, a poupança paga hoje 7,19% ao ano, segundo simulações da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac). 

Leandro Lima, gestor da Finacap DTVM, diz que as LCA/LCI são boa opção de curto prazo para quem tem menos de R$ 250 mil. “Os bancos médios pagam as melhores remunerações e o risco é baixo, pois até R$ 250 mil o investimento é garantido”, diz o operador. O produto é protegido pelo Fundo Garantidor de Crédito. Ou seja, se o banco quebrar, o investidor tem direito de receber até o limite protegido, eliminando o risco de crédito até esse valor.

Para poupanças maiores do que esse valor, o diretor da Quantitas, Rogério Braga, gestor com experiência em renda fixa, diz que o principal é ter confiança no banco, pois o investimento é de garantia total do banco. Mas há outro detalhe. “Não adianta investir no produto só porque ele é isento de IR e na hora do retorno receber 80% do CDI”, salienta. Ele diz que muitos bancos tentam dar um drible na clientela puxando a informação da rentabilidade para a taxa bruta equivalente, que paga 105% do CDI.

Outra escolha que pode render bons frutos são as Letras Financeiras do Tesouro (LFT), títulos pós-fixados do governo que têm como principal atrativo a segurança.

Diferentemente das LCAs e LCIs, não há nenhum risco de crédito bancário, pois quem garante esses papéis é o Tesouro Nacional. As LFTs são indexadas à Selic, que está na tendência de alta, e pagam melhor do que papéis emitidos pelos bancos. Mesmo com incidência de Imposto de Renda nos ganhos, além de custos de corretagem, podem garantir uma rentabilidade melhor do que papéis dos bancos (DI), perto de 11% ao ano.

Leandro Lima, da Finacap, salienta que é uma opção para quem quer aproveitar a atual tendência de subida de juros. “Quando o BC passar a baixar os juros, o melhor é sair.”

Rogério Braga compara com a poupança. “É um produto que paga 100% da Selic, um pouco melhor que CDI. Tem custo de corretagem do Tesouro, taxa da corretora e incidência de IR e mesmo assim paga bem melhor que a poupança. A poupança paga 0,55% no mês. A LFT mesmo na alíquota máxima de IR (para resgate em curto prazo) pagará 0,70%. É um produto de curtíssimo prazo pode comprar hoje e vender em uma semana.”

 

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