O grande entrave à expansão da educação a distância (EAD) é a qualidade da internet, principalmente no interior. “Alguns dos nossos alunos vêm de sítios, não têm computadores nem internet. Eles têm que se deslocar aos polos (nas cidades) para assistir às aulas”, afirma a supervisora de EAD da Faculdade de Ciências Humanas Esuda, Maria Abnilsa Torres. No Brasil, 66% dos municípios não têm um curso superior. “A EAD pode levar o curso superior a 90% dos municípios do País à medida que a internet for melhorando”, diz o diretor da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), Mauro Pequeno.
Embora a cidade de Caruaru tenha a graduação presencial de administração, o gerente de obras Daniel Antonio da Silva, de 37 anos, preferiu fazer o curso via EAD. “Faço as aulas dentro do meu horário na minha casa”, conta. Ele começou a trabalhar aos 16 anos, está no 8º período e vai concluir a graduação este ano.
A graduação via EAD tem outra particularidade: a baixa evasão, variando de 10,5% a 16,9%. “A licenciatura de matemática via EAD tem uma evasão menor do que a presencial. Isso ocorre porque na EAD o aluno estuda com mais calma, dispõe de uma estrutura de acompanhamento maior, com um tutor online, um professor online e um polo presencial de apoio”, conta a professora do Departamento de Métodos e Técnicas de Ensino da UFPE, Patrícia Smith.
As universidades públicas (federais, estaduais e municipais) tiveram um papel tímido na ampliação da graduação via EAD na última década. Em 2013, elas registraram 154 mil matrículas, enquanto as privadas somaram 999 mil. Por exemplo, a UFPE dispõe de 99 cursos superiores presenciais. Na graduação via EAD, são apenas quatro.